Publicado às 17h30 desta segunda-feira (13)

Nessa segunda-feira (13), o ajudante de armazém Damião Fábio da Silva, 36 anos, entrou em contato com o Farol de Notícias para relatar o constrangimento que sofreu ao ser atendido no Pronto Socorro São José, onde funciona os Leitos de Retaguarda para Covid-19, operado pela Prefeitura. Segundo Damião, ao ser positivado com o novo coronavírus as atendentes começaram a chamá-lo de “vela de sétimo dia”. Damião contou que ainda tentou levar na esportiva, como brincadeira. Mas, segundo ele, as servidoras continuaram falando coisas do tipo na sua frente, dizendo ainda que o “caixão dele ia chegar cedo”. O paciente então se sentiu constrangido com a situação e buscou o FAROL para expor o desconforto e pedindo para que se faça um trabalho com responsabilidade ao ser humano.

“Quinta-feira (9), fui no Pronto Socorro para ser atendido porque eu estava com suspeita de coronavírus. Tinha ido ao Hospam que me encaminhou para o Pronto Socorro, fui atendido normalmente pelas recepcionistas quando eu fui receber os medicamentos para o tratamento tinha 3 pessoas lá, sendo que uma delas era a médica. Quando eu disse que tinha dado positivo a menina que estava prescrevendo os medicamentos ficou várias vezes implicando comigo e eu levando na esportiva, como eu estava doente e com muita febre eu não estava podendo responder. No final ela começou a dizer que com certeza eu era vela de sétimo dia, falou que não ia nem ficar perto de mim, a outra também saiu e ficou só a médica perto de mim. Até que olhei para elas e disse que ali era o trabalho delas e que elas precisam cuidar de mim e não brincar, até perguntei se elas falavam assim com outras pessoas, eu não estava me sentindo bem, por isso não tinha muito argumento na hora. Quando eu estava saindo ela brincou comigo de novo falando: vai vela sétimo dia, seu caixão vai sair cedo”, detalhou Damião, continuando:

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“Eu simplesmente olhei para ela pedi para não ficar brincando com a desgraça dos outros, naquele dia era a minha, mas amanhã pode ser a dela. Eu sai de lá muito constrangido, quando eu passei da portaria da recepção ela foi até o final e gritou: Moço, moço, estou brincando, eu só disse: eu entrego você a Deus.  Eu sai de lá na moto, não sei como não teve acidente porque eu não vinha pensando mais em nada, só pensava nas palavras que ela tinha dito a mim. E eu falei lá: Eu tenho ansiedade, estou em tratamento, estou em depressão você ainda tem o prazer de fazer isso comigo? Sempre que alguém dá positivo é dessa maneira que vocês reagem? Falaram que estavam só brincando, mas naquele momento não cabia brincadeira, as outras ficaram caladas, mas essa gorda do cabelo loiro ainda disse assim: Ele está igual ao outro, como se estivesse me comparando a outra pessoa que talvez estivesse pior do que e não sabia nem conversar. Desde esse dia que eu não consegui dormir direito, assim que eu puder vou falar com ela e vou falar com a diretoria, não quero que punam ela, só quero que ela faça o trabalho direito e respeite o ser humano, eles estão ali para isso”.

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O OUTRO LADO

A reportagem do Farol de Notícias entrou em contato com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde de Serra Talhada para relatar o acontecimento, em breve nota eles afirmaram que vão abrir investigação. “A Secretaria Municipal de Saúde, face a manifestação de denúncia, abriu protocolo de investigação sobre a conduta da profissional em atendimento”, escreveram.