Fotos: Celso Garcia/Farol de Notícias

Publicado às 13h10 desta quinta-feira (16)

Na manhã desta quinta-feira (16), a comunidade católica de Serra Talhada se mobilizou nos preparativos para a ornamentação da igreja e da Praça Sérgio Magalhães com os belíssimos tapetes religiosos para celebrar o dia de Corpus Christi, uma tradição de mais de 800 anos, data que se reúnem para celebrar a presença viva de Jesus entre nós através do sacramento da eucaristia.

Apesar dos festejos da igreja, com missa na Matriz da Penha, às 16h, e procissão às 17h, o Padre Josenildo Bezerra lamenta que o comércio de Serra Talhada não respeite o feriado e esteja funcionando no dia de Corpus Christi, ainda que parcialmente. Teme que comece dessa forma e chegue a apagar uma tradição cristã de mais de 800 anos que está deixando de ser respeitada pouco a pouco. O sacerdote espera que os comerciantes reflitam sobre o ato de tornar o feriado um dia trabalhista, se é bom para o povo e convida a fazerem outras reflexões.

”Esses últimos anos, tem surgido essa ideia de transformar o feriado de Corpus Christi num dia de trabalho. A minha preocupação é que pouco a pouco a gente comece a desconstruir uma tradição secular, de 8 séculos. Começa deixando meio que feriado, meio que opcional e pouco a pouco, em nome do capitalismo, a gente vai desconstruindo uma tradição da fé do nosso povo. A minha preocupação não é discordar ou não do comércio, mas ajudar para que eles também reflitam sobre isso”, afirmou Padre Josenildo, em conversa com o Farol, continuando:

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”Se fazer com que o feriado Corpus Christi se tornar um dia de trabalho comum é bom para nosso povo? Isso é bom para a fé das nossas tradições? Isso resolve os nossos problemas econômicos? Isso resolve os nossos problemas trabalhistas? Em nome da economia que precisa girar. Nós sabemos que precisa girar, evidentemente nós necessitamos do trabalho, mas se isso se resolve transformando o dia de Corpus Christi num dia de trabalho e quebrando uma tradição de mais de 800 anos”.

POPULAÇÃO FICA DIVIDIDA

A reportagem do Farol também conversou com populares sobre o funcionamento do comércio nesta quinta-feira (16) e sobre a preocupação do Padre Josenildo. De 6 pessoas entrevistadas, 3 concordaram com a visão do padre, acreditam que o feriado deve ser respeitado, 1 concordou com o padre, porém afirmou que também concorda com os comerciantes e dois acreditam que o comércio deveria funcionar mesmo.

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”Sou comerciante na área de fogos de artifício, meu comércio hoje está fechado por ser uma data religiosa, vivenciado 60 dias após a Pascoa, e é uma tradição religiosa e realmente o comércio não deveria funcionar por questão de respeito. Os mais idosos, hoje, é quem mais esse respeito com a igreja, mas hoje o pessoal só visa a economia. A gente tem que ver quem é Jesus Cristo e ter esse respeito”, opinou Lucas Eduardo Severo Guimarães.

 

”No meu ponto de vista, enquanto professor, sou contra o comércio funcionar, não só na situação que diz respeito a questão de trabalho e educação, mas também essa situação da religiosidade do pessoal. Então sou contra o comércio ser aberto no dia de hoje” disse o professor Carlos Cleitiano da Costa.

 

 

 

”Deveria estar tudo fechado porque só meio-dia de serviço e na realidade temos que ter uma consideração muito grande porque é o dia do Corpo de Cristo, é um dia grande e as pessoas não respeitam”, afirmou o autônomo Antônio Vasconcelos.

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”Eu acho que funcionar o comércio é bom porque ficou muito tempo parado, trabalhar está certo. Ele pensa da forma dele e os comerciantes precisam vender, têm família para sustentar. Ele está certo no ponto de vista dele e estamos certos no nosso de querer que o comércio funcione para a economia ir para frente”. Jéssica dos Santos, recepcionista

 

 

”Deveria ser aberto, funcionar normal porque eu acho que não interessa a cidade ser fechado”, comentou Edson Cícero da Silva, ajudante de pedreiro.

 

 

 

” Tem que está aberto para o povo poder trabalhar, tem que trabalhar”, agricultor Cícero José Magalhães da Silva