Publicado às 05h desta terça-feira (21)

O protocolo de início de retomada das aulas presencias no estado, previsto para o mês de agosto, detalhado pelo governo no dia 15 tem preocupado muitos pais e familiares. Em Serra Talhada não é diferente, a tamanha preocupação com a saúde e com a vida dos filhos levam pais a afirmarem que se, de fato, as aulas voltarem no próximo mês, não liberarão os filhos para correrem, nas palavras de um dos entrevistados, para o suicídio.

A equipe de reportagem do Farol foi às ruas do centro da cidade, na manhã desta segunda-feira (20), ouvir a opinião popular e as falas foram unânimes. As 9 pessoas entrevistadas afirmaram que é um risco muito grande e que, diante dessa situação atual, não arriscarão.

RELATO DOS PAIS

“Meu nome é Ana Maria da Silva, tenho 62 anos, e acredito que era melhor esperar para o ano que vem. Esse negócio de ficar indo e voltando, temos que respeitar essa pandemia. Ela que era para nos respeitar, mas nós temos que respeitar ela. Então, vamos deixar passar para o ano continuar. É melhor continuar com vida e com saúde do que depois está aí sofrendo e chorando, depois do leite derramado. Eu tenho 8 netos e 2 bisnetos mas eu não liberava não, eu não liberava e não libero. É um risco muito grande”.

Josivaldo Pereira da Silva, 55 anos, disse: “Se essa pandemia se estabilizar, se ela baixar eu não tenho nada contra, mas na conjuntura atual eu não vou arriscar o meu filho em sala de aula, no meio de tantas pessoas, correndo esses riscos. Nós sabemos que até agora não vimos nada que indique que está caindo, que está diminuindo essa situação. Meu filho estuda no município e tem 8 anos de idade, mas não vai. Por enquanto, o momento ideal seria esperar um pouco mais para ver se diminui. Do jeito que está não dá, o momento é da gente esperar.

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Paulo Batista Melo, 63 anos, afirmou que só liberaria a filha (ao lado) quando tiver menos casos, quando a pandemia estiver estabilizada, que o mais prudente é esperar.

“Eu acho que do jeito que está é risco, vai causar aglomeração e se formar aglomeração mesmo com máscara fica vazando. A não ser que quando começar a decair as evidências de casos, mas no momento não dá, não. Deus queira que tenha cessado mais porque se continuar nesse mesmo nível é um colapso, é um suicídio. Vai depender de como as coisas andarem, se for baixando quem sabe mas só pelo fato de está baixando for juntar gente volta o perigo, vai incentivar todo mundo. Infelizmente, a carência das aulas voltarem em sala de aula é grande para todos nós. No momento, eu e qualquer outra pessoa que tem bom senso ficaria aguardando. Se for apaziguado, tomara. Se tiver menos casos, não só aqui mas no Brasil todo”.

Já Edjan Pereira, 41 anos, afirmou que só libera os filhos para voltarem para a escola quando tiver uma vacina contra o coronavírus. Segundo ele,  mesmo com o tempo que a vacina necessita para ser testado, aprovada e chegue a população, sem a vacina, ele não libera.

“Tenho dois filhos que estudam no município, o mais velho tem 10 anos e o outro 6, mas sem a vacina eu não libero por conta que não tem capacidade para esse tanto de aluno. Seria arriscado, sem a vacina é complicado. Mesmo depois, mesmo que demore, se não tiver a vacina eu não libero.”

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Selma, 50 anos, também acha arriscado e prefere não arriscar a vida dos 3 filhos. “Tenho 3 filhos e agora não é o momento, eu não liberaria agora porque se a pandemia era menos, hoje está pior aí pra voltar hoje seria bem ruim, seria muito risco prefiro não arriscar.”

Naiara Timóteo, 28 anos, disse que se voltar as aulas em agosto não vai liberar o filho, que ficara em casa assistindo as aulas online porque é perigoso para todos.

“Meu filho estuda no município, mas só liberaria se a escola tivesse uma estrutura que ele não corresse risco de ser contaminado, mas na situação que está hoje eu não liberaria não porque há um grande risco de contaminação, tem muita chance. Eu não liberaria, deixava em casa mesmo assistindo aula virtual. porque seja qual for a faixa etária, tudo é perigoso. Eu não liberaria não.”

A mãe Daniela de Lima Melo de 25 anos disse que esse ano não libera o filhinho de apenas 4 aninhos para voltar para a escola porque afirma que para as crianças é mais arriscado.

Não libero por conta que essa pandemia. Pelo resto desse ano, não volta não. É um risco muito grande para todas as crianças, ele tem 4 anos e para as crianças é mais ariscado porque é uma área de risco muito grande, mesmo não tendo problema respiratório, principalmente para os que são muito pequeninhos.

PREOCUPAÇÃO DA FAMÍLIA

A preocupação não é só dos pais, pois Vitória Campos, 26 anos relatou que também não é mãe, mas demostrou preocupação com os primos e com os alunos porque trabalha com criança no município e disse que deveriam retomar as aulas com as crianças agora. Sugeriu que retomasse apenas com os adultos para ir acompanhando e, no momento posterior iniciar a retomada com as crianças.

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“Não tenho filho, mas tenho primos e trabalho no município com crianças e não liberaria criança para voltar as aulas, crianças não, porque o certo seria só o ano que vem. Deveria começar pelo adultos para ir testado e ver o retorno, ver como vai ser para depois voltar com as crianças. Eu não acho certo voltar com crianças esse ano é muito risco pra eles.”

Assim como Vitória, Simone Nunes, 29 anos, também não é mãe, mas se preocupa com o bem estar do sobrinhos e diz que não liberaria eles para esse retorno nesse momento porque é um perigo, principalmente porque as crianças não sabem a gravidade da situação.

“Eu acho que no momento não é ideal porque com essa pandemia aí, criança não sabe se comportar, não sabe que não pode pegar nos outros, não sabe a gravidade da situação. Criança é criança, né! Acho que as aulas só deveriam começar o ano que vem mesmo. Não tenho filhos, mas tenho meus sobrinhos e não  liberaria eles para as aulas presenciais agora porque eles não sabem a gravidade da situação. É um perigo as crianças voltarem agora.”