Por Alejandro J. García, repórter fotográfico do Farol de Notícias

Crianças me desculpem, mas Papai Noel não existe e é hora de colocar isso nas cabecinhas de nossos pais. Existe tanto como o Pato Donald. É uma ficção, uma lenda que continua explorada até o dia de hoje.  Ao contrario de Jesus, que foi um homem de verdade, que existiu e tem sua vida e sua história para ser contada, Papai Noel é um invento da imaginação de não se sabe quem. A lenda nasceu na Europa e se reeditou nos Estados Unidos. A Coca Cola lhe deu esse visual com que lhe conhecemos. E por interesses que vão além de minha compreensão, todos os anos chega não se sabe como e vai embora quando o Natal passou.

De maneira inconveniente se apropria desse sentimento que nos embarga durante os dias em que comemoramos o nascimento do Menino Jesus. É um penetra dessa festa, um aproveitador que promete presentes que nem sempre tem condição de dar. Na noite da véspera do aniversário do Menino sua chegada é mais esperada que a de aquele que é, de fato, o dono da festa. A Paz que tanto foi pedida ao Menino durante todo o ano e que tanta falta vem fazendo se espera menos que o vai se achar na árvore enfeitada. Jesus não precisou prometer bicicletas e carrinhos para ser seguido e amado pelas crianças de sua época. Entretanto, por onde andava, crianças e gente grande lhe seguiam e ficavam ouvindo o que falava.

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Nesse domingo (11) na praça, uma figura vestida de forma estranhíssima apareceu no Auto de Natal, que homenageava o nascimento do Menino Jesus, e foi seguido pelas pessoas ate sua casa, no meio da praça. Sentou-se e ficou segurando a vaidade de gente de todo tamanho que queriam tirar fotos com ele. Era a estrela da noite. O desfile passou batido pelo presépio com o pai, a mãe e o bebê. O bebê que seria o homem que com seu advento deu esperança e exemplo de vida reta, que orientou nossas vidas com valores como caridade, amor ao próximo, desapego, tudo o que pode fazer nossa vida mais feliz.

Não nesse dia. A vida toda. Trouxe com sua chegada uma vida nova de presente para todos nós. Mas aquele velho inexistente, com sua barba branca, seu boné de palhaço e sua roupa de frio num calor da bexiga abriu o desfile, na frente do menino, da mãe e do pai. Ficou sentado na frente de sua casa ouvindo a banda lhe render homenagem e o povo lhe reconhecer como o tal, o cara.

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Valores. Isso aquele bebê, homenageado pelos pastores que testemunharam sua chegada e pelos monarcas que fizeram longa travessia pelo deserto para lhe render a homenagem que se deve a os grandes homens que irão mudar a história dos homens, veio nos dar. Valores. Esse presente não lembramos de ter recebido e trocamos por pedidos insignificantes a uma figura falsa, que representa uma ideia falsa e desprovida de sentido autêntico. Andamos detrás do flautista como os ratos de Hamelin, sem perceber o quanto somos iludidos.

Meu pedido de Natal é viver uma vida refletida com talento para reconhecer e escolher os verdadeiros valores que constroem uma vida digna. Com luz na minha consciência para ver dentro de mim e coragem para mudar. Peço isso para mim, minha família, meus amigos, meus vizinhos, e todo o resto. Não peço a quem não existe, peço a quem é de verdade.

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