Do Diario de Pernambuco

Foto: Mladen ANTONOV / AFP

Ao passo em que Pernambuco segue recebendo doses de vacinas contra a Covid-19, o número de pessoas que precisam concluir o ciclo vacinal ainda é grande. De acordo com o secretário estadual de saúde André Longo, o estado tem mais de 650 mil pessoas que não compareceram para tomar a segunda dose do imunizante contra o novo coronavírus. O comandante da pasta pontuou que o alto número de faltosos gera preocupação e retarda o avanço do processo vacinal coletivo, principalmente considerando que o estado atravessa um momento epidemiológico de estabilidade.

“Atualmente, temos mais de 650 mil pernambucanos com a segunda dose em atraso. Isso é muito preocupante. [É preciso] que essas pessoas procurem as secretarias municipais de saúde para que possam se vacinar”, alertou. O informe foi registrado por Longo em coletiva de imprensa, realizada na tarde desta quinta-feira (9), no Palácio do Campo das Princesas. Mas os alertas não pararam por aí.

Segundo o secretário, a dificuldade de imunização também está sendo observada para o início da imunização em algumas faixas etárias. O responsável pela secretaria de saúde do estado afirmou que os números preliminares das pessoas com menos de 18 anos mostram uma baixa procura dessa população para tomar a primeira dose da vacina. “É fundamental que os pais e responsáveis atentem para a necessidade desse público de adolescentes, menores de 18 anos e acima de 12 anos, para que eles possam se imunizar. São quase 1 milhão de adolescentes em Pernambuco e isso com certeza seria importante para a gente garantir uma menor circulação viral, especialmente no ambiente escolar”, explicou.

Ainda de acordo com o secretário, em alguns municípios, como Recife, a procura do público adolescente para a vacinação ainda é pequena. “Chegamos a detectar alguns surtos (de coronavírus) nessa população de adolescentes em algumas escolas. Há uma baixa procura, e em alguns desses públicos que foram abertos não se chegou a 30% de procura”, completou.

Desde julho deste ano, os estudantes das escolas estaduais e municipais se dividem em aulas nos formatos híbrido e presencial. O retorno à classe está acontecendo de maneira gradativa, ainda por conta do cenário pandêmico no estado.

O representante da Sociedade Brasileira de Imunizações, Eduardo Jorge reforçou a importância dos pais se atentarem à vacinação dos filhos para evitar o aumento no número de contaminações. “Adolescente geralmente é um grupo mais complicado de se vacinar. A extensão da vacinação para todas as pessoas acima de 12 anos, incluindo os adolescentes, é fundamental para a imunidade de rebanho, se isso um dia chegar a existir para a Covid-19. É um grupo que não gosta de usar máscara, que gosta de aglomerar. A gente apela para os pais que tenham segurança para imunizar seus adolescentes. A gente precisa dessa população vacinada, inclusive para evitar a transmissão em escolas”.