Publicado às 18h38 deste domingo (28)

Fotos e texto: Luiz Ferraz Filho

Na última sexta-feira (26) completou 95 anos do famoso combate entre cangaceiros e policiais volantes na Serra Grande, próximo ao povoado de Varzinha, entre Serra Talhada (PE) e Calumbi (PE). Um grupo de amigos liderados pelo ex-militar e pesquisador Lourinaldo Teles (Louro), do município de Calumbi, resolveu fazer uma visita na manhã deste sábado (27) em memória dos participantes desse épico combate, considerados por muitos estudiosos, como o maior de todos os tempos na história do cangaço.

O combate ocorrido em 26 de novembro de 1926 aconteceu após um sequestro de um viajante realizado um dia antes pelo bando de Lampião. Os cangaceiros seguiram em destino a Serra Grande e foram perseguidos pela Força Volante comandadas pelo coronel Theophanes Ferraz Torres, tenente Higino Belarmino, sargentos Arlindo Rocha, Manoel Neto, Euclides Flôr e Eduardinho. Na luta travada entre mais de 300 militares contra 80 cangaceiros que durou o dia inteiro, acabou resultando na morte de mais de dez soldados volantes. ‘Na visita que fizemos foi afixada uma cruz de madeira no local onde foram sepultados alguns corpos dos militares’, falou o cearense Wilton Santana (Vilson da Piçarra).

‘Fui militar e após a aposentadoria escrevi um livro sobre esse combate da Serra Grande e algumas histórias de Calumbi. Já subi diversas vezes e agora convidei alguns amigos para esse momento histórico dos 95 anos do acontecimento’, explicou Lourinaldo Teles. O grupo de amigos fizeram o mesmo trajeto das volantes até o alto das pedras onde estavam os cangaceiros. Lá de cima tiveram uma ampla visão do célebre combate. ‘Foi muito bom esse encontro com a história e a natureza’, revelou a florestana Maria Amélia Araújo.

Entre os participantes estiveram os pesquisadores Clênio Novaes (São José do Belmonte), Louro Teles (Calumbi), Marrael Siqueira (Nazaré do Pico, em Floresta), Criscélio Carvalho (Tupanaci, em Mirandiba), Valdir Nogueira (São José do Belmonte), Luiz Ferraz Filho (Serra Talhada), Wilton Santana (Jati-CE), Luiz Emanuel Nogueira (Nazaré do Pico, em Floresta), Amélia Araújo (Floresta), entre outros que colaboraram na visita. Para finalizar foi realizada uma oração na cruz afixada para demarcar o local de sepultamento dos soldados mortos no combate.