Os moradores do Mutirão – bairro com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Serra Talhada – não aguentam mais a falta de informações, por parte do Governo do Estado, com relação às obras de urbanização do local, que estão paralisadas há quase dois meses.

Por isso, a população planeja um grande protesto, previsto para acontecer na próxima semana com a ocupação da BR 232 e interrupção, por 2h, do tráfego na rodovia. O intuito, segundo os moradores, é exigir a retomada do projeto. 

Todo o problema começou quando a empresa contratada para fazer os serviços de calçamento, saneamento e construção de casas populares se retirou do canteiro de obras e demitiu todos os operários. Desde então, não houve nenhuma respota do Governo do Estado sobre os motivos da ‘fuga’ da empresa e o cenário no bairro é de abandono.

“Não aguentamos mais tanta enrolação. Prometeram muito e fizeram quase nada. Vamos reagir”, avisou Regina Gualberto, presidente da Associação dos Moradores do Mutirão. Segunda ela, neste sábado (27) haverá uma assembleia para definir a data e o horário do protesto.

“O diretor da Cehab (Companhia Estadual de Habitação), Nilton Mota, chegou a dar entrevista numa emissora de rádio afirmando que, até o dia 20 deste mês, as obras seriam retomadas. Até agora nada aconteceu.”disse Regina.

Imbuídos de muita indignação, Regina revelou ainda a possibilidade de lideranças do bairro viajarem até Recife, onde se planeja uma outra mobilização de protesto contra a paralisação das obras e também a falta de transparência do Governo do Estado. 

O outro lado

O FAROL entrou em contato com a diretoria da Cehab, mas não conseguiu falar com o presidente. A assessoria de comunicação do órgão ficou de enviar nota justificando o atraso. Até o fechamento desta matéria nada foi enviado para o portal.

As obras do Mutirão vêm sendo utilizadas como moeda eleitoral, pelo menos, nos últimos dois anos. A investida mais recente, por parte de políticos de Serra Talhada e do Governo do Estado, prometendo a execução das obras no Mutirão aconteceu ano passado.

O projeto contou com as presenças de várias autoridades politicas. Entre elas, o deputado Augusto César e os senadores Armando Monteiro Neto e Humberto Costa.

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