Publicado às 05h desta terça-feira (3)

O pré-candidato a governador de Pernambuco pelo Partido Socialismo e Liberdade, João Arnaldo, foi o entrevistado dessa segunda-feira (2) do programa Falando Francamente, na TV Farol. Arnaldo tem 47 anos, é advogado, natural do município de Salgueiro, Sertão Central, e foi o primeiro a se lançar na corrida pelo Palácio Campos das Princesas. Durante quase 1 hora, o socialista fez críticas ao projeto bolsonarista de poder, mas não perdeu de foco o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que ajudou, inclusive, no ‘golpe’ montado contra a ex-Presidente Dilma Rousseff.

“O debate vai ser muito tranquilo por dois aspectos. Primeiro porque existe um objetivo comum em Pernambuco, que é salvar a política de Pernambuco dessa gestão desastrosa do PSB. Eles não só romperam com os partidos de esquerda, muita gente não lembra, mas o PSB naquele momento fez um pacto. Todas essas candidaturas da direita que fazem oposição à Paulo Câmara hoje faziam parte da gestão do PSB. Apesar disso, o Psol já não fazia parte do governo, o Psol nunca compôs uma gestão do PSB porque já havia essa perspectiva no partido, na política da gestão que o PSB fazia em Pernambuco. E ela piorou cada vezes mais, não foi à toa que o PSB votou pelo Impeachment da presidenta Dilma, o que significa ter apoiado um golpe parlamentar que aconteceu no Brasil, e levou não só a retirada de direitos dos trabalhadores na gestão Temer, a gestão do principal conspirador contra a democracia no Brasil, mas levou também a vitória de Bolsonaro. Porque teve aquela gestão de política de perseguição dentro do Judiciário feita e liderada por Sérgio Moro, que tinha como foco desmoralizar a esquerda. O PSB fez parte de tudo isso”, disse o pré-candidato.

CORONELISMO E USO DA MÁQUINA

Ainda durante a entrevista, João Arnaldo cravou que o PSB em Pernambuco vem utilizando métodos ‘coronelistas’ para se manter no poder, após 16 anos governando o estado. “Nós do Psol não temos dúvida, não temos dúvida. Sempre estivemos do mesmo lado, em defesa das pautas sociais, o lado em defesa dos direitos humanos, o lado dos direitos fundamentais, o lado em defesa de uma política sem conchavo, sem arrumadinho, sem arranjo para poder beneficiar as mesmas famílias tradicionais que dominam a política de Pernambuco com uma lógica coronelista. Porque se a gente for ver na história o que é coronelismo, que é controlar o Estado, controlar a máquina pública para benefício próprio. Tendo nos territórios alguém que vai representar aquela política sem permitir oposição, sem permitir que surjam adversidades, sem permitir que surjam adversários”, disse o pré-candidato, enfatizando:

“É isso que está acontecendo em Pernambuco e parece que todo mundo usa da mesma fórmula. Se todo mundo colocar a mão na consciência, ninguém vai discordar de uma coisa que eu vou dizer agora. A política de Pernambuco nunca esteve tão viciada em dinheiro, em arranjos eleitorais, em divisão de cargos e distribuição de dinheiro. Só que muita gente esquece que esse dinheiro não sai do bolso dele, não. Na verdade, eles se enriquecem e distribuem o dinheiro que vem da mesma fonte, o dinheiro que vem do bolso do trabalhador e da trabalhadora de Pernambuco. Ninguém sabe exatamente como é que eles tiram, mas a gente tem ideia. E é exatamente por isso que Pernambuco hoje tem o maior índice de desigualdade do Brasil, maior índice de desemprego, um dos maiores índices de déficit habitacional, o transporte público é um caos em Pernambuco”.

SEM PROJETO PESSOAL

O advogado também ‘sapecou’ durante a entrevista que é o único sertanejo na disputa pelo governo de Pernambuco, porque o prefeito licenciado de Petrolina, Miguel Coelho, nasceu em Recife. No final do debate, João Arnaldo disse que está na disputa sem projeto pessoal.

“Eu não estou aqui por um projeto pessoal, estou representando um projeto coletivo. Toda vez que a gente participa de um projeto coletivo a gente se comunica com um projeto que é muito maior do que nós. E aí nós não temos nenhum tipo de restrição de buscar unidade em torno desse projeto. Se o projeto ele deixa de ser coletivo, nós não construímos nada de futuro. Agora para a gente entender o que vai acontecer, compreender os próximos passos, cada candidatura, eu acho que tudo vai se refletir melhor nos próximos meses para que a gente possa entender quem a gente pode considerar, ainda que não esteja no mesmo partido, mas considerar aliados do campo progressista ou não”, finalizou.

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