Foto: Max Rodrigues/Farol de Notícias

Publicado às 05h07 desta sexta-feira (27)

A edição do quadro ”Memórias da Festa de Setembro” desta sexta-feira (27), resgata as lembranças do professor José Luiz dos Santos, 70 anos, conhecido como Zé Luiz e José Macário, ícone da Escola Cônego Torres que fez história nos desfiles cívicos do dia 7 de setembro. Dentre essas memórias ele resgatou a questão da rivalidade, que houve ou ainda há, entre as escolas e avalia como algo saudável, visto que, incentivava o patriotismo.

”Comecei trabalhar no Cônego em 1967 e lá fiz de tudo, junto aos professores e alunos, a gente organizava os desfiles. Todo ano a Secretaria de Educação chamava as escolas para discutir qual seria os temas, distribuíam e as escolas iam organizar. Meu primeiro tema foi ”Quando o Homem Chegou à Lua”, eu ajudei na decoração do carro alegórico e de lá para cá, até 2012, fiquei responsável por essas coisas. Eu realmente vivi para o Cônego Torres”, disse continuando:

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”Eu sinto falta da organização ao todo, das bandas marciais, dos encontros de bandas, fardas e tudo na banda eu me envolvia. A rivalidade sempre existiu, veio desde a época dos pastoris e respingou nos desfiles. Era um tempo bom porque havia mais patriotismo, cada uma queria apresentar o desfile de 7 de setembro mais bonito, geralmente a rivalidade era entre a Escola Normal, Cônego Torres e Cornélio Soares. Eu acho que essa rivalidade era bem positiva porque havia mais empenho tanto do lado do aluno quanto do lado do professor.”

Um fato marcante sobre essa rivalidade entre escolas que o professor Zé Luiz guarda nas suas memórias aconteceu no dia 8 de setembro, sem especificar o ano, mas o dia recorda muito bem porque segundo ele, era o pico da rivalidade: ”No dia 8, geralmente havia encontro de bandas, uma banda entrando por dentro da outra para ver quem se atrapalhava. Uma vez, a gente se encontrou no patamar da igreja, uma banda entrou na outra, um disse: ‘ah, a gente passou por dentro da banda deles e erraram’. No momento que, digamos um bombo, um fuzileiro dá a ”tacada” no outro então ele já errou também. Essa rivalidade sempre houve, mas eu achava boa porque era mais incentivo.”

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Outro ponto importante que Zé Luiz destacou como influência nas mudanças dos desfiles cívicos do Dia da Independência do Brasil em  Serra Talhada é o término das apresentações passarem a acontecer logo após a passagem pelo palanque onde ficam as autoridades políticas do município, algo que avalia como negativo, além do fato de já nãos desfilarem marchando como antes.

”A gente desfilava, hoje não se desfila mais, muitas vezes, para o aluno desfilar tem o negócio do ponto, hoje em Serra Talhada não tem mais aquele empenho nos desfiles. Alguns professores incentivam o patriotismo outros não, se puder fazer com que o desfile acabe está bem. Outra coisa, agente desfilava para o público presente, no desfile de 7 de setembro, hoje, a partir do palanque eles mandam retirar as bandas, um tempo cronometrado. A gente se prepara 6 meses para desfilar para o público, não para político. Na época do professor João Carlos, a gente desfilava e o desfile só terminava no colégio guardando bandeiras e alegorias todas no colégio, hoje as coisas desaparecem tudo, não é mais como antigamente”, finalizou Zé Luiz.

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