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Fotos: Alejandro García/Farol

A manhã desta quarta-feira (22) em Serra Talhada foi de manifestação dos professores do estado que estão em greve em Pernambuco. Em passeata pelas ruas da cidade os professores, alunos e lideranças do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) foram às ruas para manter acesa a discussão e a mobilização contra a postura do governador Paulo Câmara. A reportagem do FAROL esteve na manifestação e conversou com professores e representantes sindicais que afirmam que o diálogo com o governo nunca existiu e a greve anunciada sem previsão de retorno permanece até pelo menos a próxima assembleia, que será realizada no dia 27 de abril, em Recife.

A passeata começou na praça Sérgio Magalhães e caminhou por ruas do centro da cidade se dirigindo a escola Irnero Ignácio, que estava tendo aula normalmente. A escola faz parte dos 20% que não aderiram a greve na Capital do Xaxado, os sindicalistas e professores convidavam os alunos e demais docentes da escola a participar do movimento, mas nenhum representante da gestão saiu em apoio a greve. O professores revindicam o aumento salarial determinado por lei federal, o respeito ao plano de cargos e carreiras, a não transferência de professores de escolas integrais e a repressão que os 17.530 professores contratados estão sofrendo para não aderir a paralisação.

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Edeildo de Araújo, diretor da secretaria para o interior, do Sintepe, afirmou que a tentativa de diálogo por parte do sindicato vem desde janeiro. “Em março ele (o governador) começa um diálogo e no meio do diálogo ele manda um projeto para a Assembleia legislativa contemplando apenas 10% dos professores do Estado. Então, isso não nos satisfaz, deixa de fora mais de 40 mil professores. Começa a ameaçar os professores com contrato temporário, que já tem um número absurdo dentro do estado, são 17.530 professores contratados, ganhando menos ainda que o piso salarial em uma situação de exploração”, disse.

Edeildo lembrou ainda que o governo está ameaçando transferir os professores das escolas de referência e jogar o processo de diálogo com categoria para a Justiça decidir. “Ou seja, tudo ao contrário ao que ele prometeu na campanha salarial, que era aumentar em 100% durante o período de gestão dele. Agora ele não quer dar nem os 13% que a lei federal impõe”, explica Edeildo de Araújo. O Sintepe alega que o governo nunca abriu as portas para um diálogo com os servidores da categoria, mas tem lançado notas na imprensa sobre seu posicionamento rígido diante da ausência de aulas.

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“A questão de reatar diálogo é muito interessante, porque na realidade nunca houve diálogo. O governo sempre fez o que bem entendeu, durante o processo de conversa ele manda uma lei que não favorece nem 10% da categoria, nessa coisa de ameaçar os servidores não resulta, isso revolta a sociedade. Esse tipo de gestor não vai de encontro com os interesses do servidor e só em assembleia no dia 27 é que a gente pode decidir se volta ou a greve continua”, finalizou o diretor.

Em entrevista ao FAROL, Edeildo Araújo reivindicou direitos da categoria

SINTEPE

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