Do Blog do Jamildo / Foto: PH Reinaux/Divulgação

O diretório estadual do PT em Pernambuco está reunido agora para decidir sobre expulsão de filiados. São 11 dirigentes locais.

No caso, eles estão sendo punidos os filiados que foram notificados por infidelidade partidária, ao anunciarem que votariam em Marília Arraes, mesmo depois de o partido ter fechado uma aliança com o PSB, para a eleição de Danilo Cabral, e Teresa Leitão para o Senado, pelo PT.

Teresa Leitão no Senado foi o preço pago pelo PSB para evitar palanque duplo de Lula com Marília Arraes, em Pernambuco

A decisão já havia sido tomada no começo de junho, em uma reunião sigilosa. Nela, o PT de Pernambuco decidiu que deveria expulsar os filiados que tem posto de direção e mandatos no partido, mas que declararam apoio a Marília Arraes, candidata do Solidariedade.

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Demorou porque as medidas precisam passar por várias instâncias e depois de aberto um processo formal.

O PT tinha sido então pressionado duramente pelo PSB para tomar uma posição porque entende que a estratégia de Marília, de um palanque duplo, confunde os eleitores e impede o crescimento do socialista nas pesquisas.

Já o PSB prepara uma artilharia para quando a campanha começar, de modo a alvejar a neta de Arraes antes que alce voos mais altos.

No mês retrasado, o blog já havia revelado que o PSB ficou extremamente incomodado com a dubiedade do PT e cobrou a exclusividade da imagem de Lula em Pernambuco, depois do evento de apoio do Solidariedade a Lula.

Neste evento, Marília Arraes meteu um chapéu de palha na cabeça de Lula e depois rodou a imagem nas redes sociais sem pena.

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A ideia teria sido dada por Eduardo da Fonte, conforme os socialistas. Na semana passada, ele recuou e voltou a Frente Popular, mediante a promessa de ajuda na eleição do filho, Lula da Fonte. Com parte dos votos de Danilo Cabral.

O episódio do Chapéu de Palha Lula e Arraes ocorreu a dois dias do evento de refundação do PSB, em Brasília, onde se oficializou a formação de chapa da Frente Popular com Lula e Alckmin. A resposta dos caciques nacionais do PT foi que a exclusividade custaria a vaga no Senado, para o PT.
PSB não aceita palanque duplo com Lula

“Nós já havíamos organizado palanque duplo no Estado (Humberto Costa e Eduardo Campos em 2006), a gente sabia como era e agora a gente ia ser vítima do palanque duplo? No way”, resumiu a fonte do blog.

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O PSB e aliados apostam tanto em Lula porque, de acordo com as pesquisas internas dos partidos, a força do apoio de Lula a um candidato a governador em Pernambuco é expressiva, chegando a quase dois terços de aumento na intenção de votar. No caso de Bolsonaro, ocorre o inverso.

Para que haja uma ideia da situação vivida até então, as pesquisas internas dos partidos contam que Marília Arraes era quatro vezes mais associada a Lula do que Danilo Cabral. No campo oposto, Anderson Ferreira e Miguel Coelho são os mais associados a Bolsonaro em Pernambuco.