A sessão ordinária da Câmara Municipal de Serra Talhada – que iria decidir o futuro político do prefeito Carlos Evandro(PR) – terminou na noite desta segunda-feira (27) sob clima de forte emoção e muitos desencontros.

A votação do parecer do Tribunal de Contas do  Estado (TCE) acabou sendo retirado de pauta para análise de um requerimento impetrado no dia 24 pelo vereador Gilson Pereira (PSD). No documento, ele questiona uma suposta falta de isenção da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, grupo temático da Casa responsável pela análise das contas do prefeito. A comissão é formada pelos veradores Zé Raimundo Filho, Vera Gama e Ronaldo de Dja. Agora, a próxima sessão que vai definir o futuro do prefeito acontecerá somente no próximo dia 5 de março.

No requerimento, Gilson Pereira pede a formação de uma nova comissão, “que não seja objeto de quaisquer ranços de suspeitas ou presunções”, escreve no documento. O que deveria ser motivo de ‘dor de cabeça’ para o governo, acabou se tornando ‘um tiro no pé’ para o próprio vereador de oposição. Ele solicitou, de última hora, a retirada do seu requerimento da pauta com o objetivo de iniciar a votação das contas. No entanto, regimentalmente, o documento deveria ser analisado antes do julgameto do parecer do TCE.

Dessa forma, após a  abertura da sessão, o vereador Antonio Rodrigues fez a leitura do requerimento sob protestos do próprio Gilson Pereira, que foi informado sobre a retirada das contas da pauta em virtude do seu documento. Inconformado, o vereador de oposição pediu questão de ordem, mas teve o pedido indeferido pelo presidente Agenor de Melo Lima. Então esbravejou: “Eu nunca vi o que vi aqui nesta noite. Vocês me faltaram com respeito”, disse, se retirando do plenário.

Quem acabou esclarecendo os fatos para um público que insistia em se manifestar foi o petebista Zé Raimundo Filho. “O projeto tem um trâmite que foi cumprido. O prefeito foi notificado, foi encaminhado a defesa dele às comissões (temáticas) e ela já deu o parecer”, disse Zé Raimundo, partindo em defesa da Casa Legislativa. “Aqui não é casa de moleque. Essa votação vai prosseguir dentro da legalidade”, declarou o petebista, afirmando que o tempo regimental da peça foi prorrogado devido o requerimento de Gilson Pereira.