Publicado  às 05h55 deste sábado (3o)

O novo coronavírus (COVID-19) é um problema de saúde pública e de acordo com estudos, 15% dos pacientes apresentam casos graves da doença.

Até o momento não há tratamento farmacológico específico e aprovado para o COVID-19. Porém, pesquisadores do mundo todo tem se esforçado para encontrar tratamentos efetivos. Estudos, pesquisas e testes estão em ritmo acelerado para encontrar um tratamento adequado para o coronavírus.

Um fato comum e que ninguém pode negar é que tem muita gente “prescrevendo” algumas medicações com a ilusão de que elas previnem o contagio do novo coronavírus, isso não é verdade e não tem nenhum respaldo científico, tomem cuidado!

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Atire a primeira pedra quem nunca viu alguém recomendando o uso de CLOROQUINA, HIDROXICLOROQUINA, AZITROMICINA, IVERMECTINA, para tratamento e/ou prevenção ao novo coronavírus!

Não temos estudos na literatura até o momento que comprove a efetividade desses fármacos na prevenção do COVID-19. Além disso, assim como qualquer outro medicamento esses medicamentos possuem reações adversas e contraindicações.

No caso da cloroquina, por exemplo, dentre inúmeras reações adversas as que destacamos como principais são retinopatia (lesões na retina ocular) e distúrbios cardiovasculares. Apesar da cloroquina e seu análogo serem considerados seguros, possui uma janela terapêutica (margem entre a dose terapêutica e a dose tóxica) estreita, sendo que a escolha da dose e o monitoramento farmacoterapêutico por um profissional habilitado é fundamental. Sendo assim, a automedicação de cloroquina ou seu análogo é contraindicada.

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Além disso, é importante que o eletrocardiograma do paciente seja monitorado durante o uso deste medicamento, pois possui o risco de prolongamento do intervalo QT, aumentando o risco de ocasionar uma arritmia potencialmente fatal. Além do mais, este fármaco deve ser utilizado com cautela em pacientes com distúrbios cardíacos, hematológicos, hepáticos, neurológicos, renais e gástricos e não é recomendado a sua utilização em gestantes, devido à ausência de estudos que avaliam a segurança deste medicamento neste grupo de pacientes.

A azitromicina tem diversos efeitos colaterais, e é um antibiótico que exige retenção de receita nas farmácias devido a sua complexidade e necessidade manejo adequado.

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O melhor a se fazer nesse momento é seguir as orientações dos órgãos competentes no quesito da prevenção, assepsia, isolamento social e etc.

Medicamentos só devem ser prescrito por médicos, não vamos nos enganar e colocar nossas vidas em risco por ingestão inadequada de medicamentos

Dr. Waldir Tenório Junior
Cardiologista. CRM-PE: 22103
Contatos: (87) 3831-7690 / (87) 3831-3651