Solidariedade. Esse é o sentimento que o deputado Sebastião Oliveira (PR) espera dos seus aliados em Serra Talhada. Muitos estão incomodados com o silêncio do parlamentar após as eleições, o que parece ter gerado desconforto em parte do incipiente grupo oposicionista na cidade. Em entrevista ao radialista Francys Maia, esta semana, o republicano disse que os reflexos das eleições ainda estão muito recentes e que precisa de um tempo para a reorganizar a própria vida. No entanto, ele não revelou de quanto tempo precisará para se curar da “ressaca” eleitoral. Por isso, pediu aos aliados paciência, já que teria gasto todo o seu patrimônio político em favor deles e de ter feito 150% em prol dos seus pares de campanha.

“Eu não estou abandonando Serra Talhada. Agora, isso reflete a ansiedade de algumas pessoas, mas elas não entendem que eu me sacrifiquei para que elas pudessem ser eleitas. Eu cumpri 150% com cada um que foi eleito e que não foi. Nunca tiveram tanta solidariedade como tiveram comigo. Os companheiros precisam entender que essa é uma ausência temporária para eu reconstruir a minha vida. Já os que não quiserem entender isso, minha consciência está tranquila, porque eu sacrifiquei parte do meu patrimônio político para que esses companheiros tivessem chances de disputar uma eleição com equidade. Então, a solidariedade que eu tive com eles, eu estou precisando dela neste momento”, suplicou Sebastião Oliveira.

O deputado fez questão de acabar com o boato de que a casa dele em Serra Talhada estava para ser vendida por conta da ausência do ex-candidato na cidade e após os gastos nas eleições. Na prestação de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Sebastião declarou um gasto de R$ 208.498,03 em toda a campanha (leia aqui). “Não é crime vender patrimônio, nem é falta de ética, nem roubo. Mas a casa não tem nenhum placa de vende-se. Até por que a casa não é minha, é da minha mãe, então, não posso vender um patrimônio que não é meu. E ela já decidiu que a casa não será vendida. Acho que as pessoas têm que se preocupar com a seca, o desemprego, com os grandes projetos e menos com o umbigo delas. Se essas pessoas não tiverem solidariedade, elas podem ir para onde quiserem. Eu fiz o que pude. Se não quiserem entender o momento de dificuldade e reestruturação que estou passando na vida, então paciência!”, lamentou.

SEM DATA PARA VOLTAR

O deputado ressaltou ainda na entrevista que, no momento em que achar-se preparado para voltar a Serra Talhada com objetivo de reunir a oposição, irá fazê-lo. “Aí eu vou! Mas quando me sentir preparado e reestruturado. Mas voltar para Serra Talhada para (ouvir) ‘me arruma um cargo de porteiro e de não sei o quê…’ no  fundo, é isso… entendeu? Arruma um poço… não, não, não! Pode guardar a ansiedade, tomar o rumo que quiser, porque depois do que eu passei, ou eles (aliados) têm paciência comigo ou vão tomar o caminho que quiserem”, disparou, com desapego.