Publicado às 18h30 desta quinta (17)

Por Jéssica Guabiraba, especial para o Farol

Na última terça-feira (15), seis pessoas que pediram comida por um aplicativo delivery do mesmo restaurante, localizado no bairro São Cristóvão, foram hospitalizadas com intoxicação alimentar. O Hospital Professor Agamenon Magalhães (Hospam) recebeu 3 pacientes de diferentes casas e o Hospital São Vicente recebeu mais 3 pessoas de uma mesma família, todos com forte desidratação, forte dor abdominal, fraqueza, diarreia e vômitos constantes.

O FAROL entrou em contato com o setor de vigilância sanitária da XI Gerência Regional de Saúde (Geres) e com a Secretaria Executiva de Saúde do município de Serra Talhada, que confirmaram os 6 casos, assim como o acompanhamento que está sendo feito em relação ao fato, já classificado como surto de intoxicação alimentar pelas vigilâncias em saúde.

“Nós temos conhecimento que foram 6 pessoas que apresentaram sintomas, sendo 3 do Hospam e 3 da São Vicente. O acompanhamento foi feito da seguinte forma: o Hospital Professor Agamenon Magalhães entrou em contato o setor de vigilância sanitária da prefeitura e eles entraram em contato conosco, pois trabalhamos em conjunto com o município. Iniciamos as investigações com os pacientes e ainda conseguimos falar com uma das vítimas no período de internamento lá no Hospam”, detalhou Silvana Bezerra, funcionária da Geres que acompanhou os casos.

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QUAL O PEDIDO?

Silvana detalhou que as seis vítimas do surto de intoxicação alimentar fizeram pedido via delivery do mesmo restaurante e relataram que comeram escondidinho de carne de sol. “As 6 pessoas que foram internadas relataram que pediram pelo delivery do mesmo restaurante, na parte da noite, todos os 6 pediram cuscuz recheado com molho branco e rosê e escondidinho de carne de sol e de charque. Considera-se surto quando 2 ou mais pessoas apresentam sintomas semelhantes após ingerirem alimento ou água de mesma origem, no caso desse surto foi no restaurante. A maioria desses surtos são causados por infecções por bactérias e toxinas, vírus e outros parasitas.”

COLETA DE EXAMES

A Geres relatou ao FAROL que coletou exames do tipo SWAB retal, em 5 dos 6 pacientes. A Vigilância sanitária fez inspeção no restaurante, coletando alimentos e água do local. Todos os exames foram encaminhados para o Lacen em Recife e aguardam o resultado que ainda não tem previsão de entrega. Alexsandra Novaes, secretária executiva de saúde de Serra Talhada informou que todos os procedimentos já foram garantidos.

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“O episódio ocorreu no período da noite, com 2h depois do consumo as pessoas começaram a apresentar os sinais de diarreia e vômito. A gente conseguiu coletar amostra de água e de alimento do estabelecimento no dia 16, tudo foi encaminhado para o Lacen Recife e agora estamos aguardando o resultado. O estabelecimento foi notificado e agora só dependemos do Lacen, para finalizar as notificações”, explicou.

DESESPERO DAS VÍTIMAS: “VOMITEI 15 VEZES”

O FAROL conseguiu contato com 3 das 6 vítimas. Elas relataram o desespero que passaram durante a madrugada do dia 16. “Fiz o pedido por volta das 21h [na terça, 15], comi e fui dormir, depois de 2h eu comecei a sentir azia e logo depois comecei a sentir muita dor abdominal, e aí comecei a vomitar muito, apresentar diarreia e muita fraqueza. Fui para o internamento no hospital quando as dores pioraram, era algo que nunca senti na vida, já tive intoxicação alimentar antes, mas nunca tinha sido assim, eu sentia que ia morrer de tanta dor”, uma das vítimas, que pede para não ter o nome divulgado.

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“Eu fiquei muito mal, não conseguia nem andar direito, entrei no hospital de cadeira de rodas. Vomitei umas 15 vezes seguidas, tive diarreia e muitas dores. Sai do internamento ontem, estou sendo medicada em casa, mas ainda estou muito fraca. Teve um momento que eu chorei achando que ia morrer, eu estava desesperada de dor e sem aguentar mais vomitar. Além de tudo, ainda corri risco de pegar o Covid-19, porque fui para um ambiente hospitalar em momento de pandemia”, relatou outra consumidora, que prefere não divulgar o nome.