FOTOS: Divulgação/Farol de Notícias

Gerando mais de 25 empregos diretos há seis anos em Serra Talhada, a fábrica de laticínios Serleite, do empresário Auxêncio Carvalho, fechou as suas portas no início desta semana.

Além da crise que afeta a economia do país, motivos como a concorrência desleal contra o mercado clandestino de leite e a ausência de incentivos dos governos municipal e estadual desestimularam a produção da fábrica.

Em conversa com a reportagem do FAROL, Auxêncio revelou que está transferindo seu empreendimento para a cidade de Mirandiba, onde já tem garantia de melhores condições de trabalho e investimento. Lá, o empresário irá apostar em um novo ramo, de doces e sucos.

“Mirandiba está me dando melhores condições para esse novo ramo que pretendo investir. Sem contar o fato que Mirandiba é a cidade onde eu nasci e essa é a hora de fazer alguma coisa por Mirandiba, gerar empregos por lá e continuar o legado que meu pai começou no município”, comentou Auxêncio.

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A Serleite atuava em Serra Talhada dede 2011 produzindo além de bebidas lácteas, seus derivados como iogurte, queijo, requeijão, manteiga e mais 28 produtos.

Quando foi instalada, a fábrica tinha uma capacidade de produção de 30 mil litros de leite/dia, mas atualmente vinha trabalhando com cerca de 1.500 litros/dia, o que afetou diretamente as contas da empresa.

SEM INCENTIVOS

Apesar do discurso em favor da atração de fábricas e indústrias, o governo municipal não ofereceu apoio a Serleite, comentou Auxêncio.

“Falta apoio político para alavancar a bacia leiteira de Serra Talhada, que tem potencial mas não tem incentivos. Em boa parte das cidades os empresários do ramo encontram esse apoio, só aqui que não é assim. Apoio do município e governo do Estado não existem”, disse.

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CONCORRÊNCIA DESLEAL

Somado a tudo isso, o empresário lamentou muito a concorrência desleal com o que chamou de ‘mercado clandestino’ de laticínios.

Segundo Auxêncio Carvalho, enquanto a Serleite vinha pagando altos impostos assistia à ausência total de fiscalização contra àqueles que hoje atuam no ramo informalmente.

“Estranho que quem é clandestino não tem fiscalização e nós que somos regularizados somos taxados e fiscalizados com regularidade pelo Estado. Nem a Adagro e nem a vigilância sanitária vão atrás dos clandestinos, que estão praticamente mandando no mercado. Tem gente aí empacotando leite com água e tudo isso sem pagar imposto”, alertou.