Publicado às 13h50 deste sábado (27)

Serra Talhada registrou a 10ª morte por Covid-19 neste sábado (27). A confirmação veio a público durante o Programa Farol de Notícias, na rádio Vilabela FM, pelo diretor do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam), João Antônio Magalhães. Ele confirmou que a vítima é uma senhora que havia positivado e estava há, pelo menos, 6 dias internada no Hospam quando seu quadro piorou e precisou com urgência de uma hemodiálise. Como a UTI Covid do hospital não possui este suporte, a senhora precisou ir às pressas para Caruaru, quando faleceu naquele município, nesta manhã.

“Realmente, ocorreu esse óbito de uma ex-funcionária do Hospam. Ela não faleceu aqui [no hospital], ontem [sexta, 26] ela foi transferida para Caruaru, em busca de outra UTI, porque a nossa UTI geral covid-19 não tem suporte de hemodiálise, e essa outra UTI [em Caruaru] tinha suporte de hemodiálise. Ela ficou aqui no Hospam por 6 dias, foi transferida para a Regional do Agreste, em Caruaru, e foi a óbito lá”, disse João Antônio, detalhando:

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“Isso foi hoje [sábado, 27] pela manhã. Ela necessitava de hemodiálise, UTI nós temos aqui, mas diálise nós não temos. Ela precisou ser transferida e infelizmente foi a óbito e fica aqui os meus sentimentos à família. Eu não cheguei a conhecer, porque não era da minha época, mas tive boas referências dessa senhora”.

SE HOUVESSE PACTUAÇÃO COM HOSPITAIS PRIVADOS…

Diante o fato dos hospitais privados em Serra Talhada terem se negado a aceitar pactuação para receber pacientes com Covid-19, João Antônio foi indagado sobre o fato da transferência dessa paciente a Caruaru pudesse ser evitada, caso as unidades privadas daqui aceitassem pactuar, o que – na verdade – não querem.

“[A vítima] Poderia sim [ter ido a uma UTI em hospital privado em Serra Talhada], mas fica a questão de pactuação com o governo do Estado com as casas de saúde particulares. Aqui em Serra Talhada tem UTI com diálise, se não me engano tem duas, mas a do Hospam não tem”, analisou. [saiba mais]

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“Hoje [sábado, 27] temos 10 respiradores e 10 leitos de UTI e estão todos sendo utilizados. Ainda temos 7 respiradores para caso precise de entubação, caso tenha necessidade. E eu temo [da coisa piorar], assim, não criticando a abertura do comércio, mas eu estou vendo que muitas pessoas não estão seguindo as orientações adequadas, no uso de máscara e no distanciamento de 1 metro, a 1 metro e meio da outra pessoa. Vejo aglomeração, máscara embaixo do nariz, no queixo…”, disse João Antônio, abrindo coração:

“Então, assim, eu temo, sendo bem sincero. Se medidas mais assertivas não forem tomadas e a população não tiver uma consciência que essa doença existe… Muitas pessoas dizem ‘isso não existe’. Eu tenho um nome a zelar e os profissionais do Hospam têm um nome a zelar e ninguém ia estar brincando, fazendo palhaçada de inventar uma doença e maquiar e mascarar números não. É uma doença real, ela existe, ela é perigosa, causa danos enormes aos pacientes. Tem paciente que sai de alta? Tem. Mas tem paciente que sai com o pulmão extremamente comprometido e esse comprometimento é para o resto da vida”.

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