Publicado às 05h29 deste domingo (1)

Por Adelmo Santos, Poeta e escritor, Presidente da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Em 1969, em Serra Talhada, o prefeito Nildo Pereira de Menezes começava o seu mandato. As ruas eram descalças, tinham pouco calçamento, na época não tinha asfalto. Quando Pelé foi chegando perto do milésimo gol, a imprensa mundial junto com os torcedores, acompanhavam todos os jogos do Santos, numa grande expectativa de ver o milésimo gol.

Aqui em Serra Talhada não foi nada diferente, todo mundo comentava nas resenhas esportivas do famoso Bar do Abrigo. Toda vez que Pelé jogava, as pessoas queriam saber, não tinha televisão e o povo acompanhava pelos rádios de pilhas, ninguém queria perder.

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Nas telas dos dois cinemas; Cine Art e Cine Plaza, o Canal 100, Repórter Esso, mostravam em preto e branco as jogadas de Pelé. No alto-falante da praça os Incríveis arrasavam com a música “O Milionário”, que era a mais tocada. No dia 19 de novembro de 1969, com a torcida angustiada, num jogo contra o Vasco da Gama no Maracanã, Pelé marcou o seu milésimo gol. Foi numa cobrança de pênalti, em cima do goleiro Andrada.

Esse jogo foi pelo campeonato brasileiro, que na época era chamado de “Torneio Roberto Gomes Pedrosa”. O Santos venceu por 2 X 1 e 65.157 pessoas assistiram ao jogo. Num dia de quarta-feira com a noite iluminada, e muito clarão pelas ruas dentro de Serra Talhada. Na lua o Apolo 12 pousava com os astronautas. O rádio dava as notícias deixando o povo informado.

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Nessa época o futebol era muito animado. Na zaga tinha o fubeque, os laterais eram ralfos e no ataque o centroefó jogava centralizado. E o drible de banho de cuia que passou a ser lençol, hoje é muito praticado. A torcida ia para o campo pra ver um bom futebol. Quem jogava com a camisa 10, era craque com louvor, tinha os passes perfeitos e as jogadas de efeitos que se transformavam em gols.