Publicado às 13h25 desta quinta-feira (15)

Na última terça-feira (13), a psicóloga serra-talhadense Eliene Viturino compartilhou em suas redes sociais depoimentos sobre casos de agressões vivenciadas no dia 5 de julho em uma viagem a Balneário Camboriú em Santa Catarina. A viagem foi planejada pela família para comemorar o aniversário de sua filha. Infelizmente, Eliene vivenciou dois momentos de agressões muito fortes, onde um dos atos foi com ela, o que a deixou constrangida, e o o segundo foi com a recepcionista do hotel em que ela estava.

Eliene estava com passeio marcado para Blumenau e desceu com a família para pegar o ônibus, mas ao chegar na calçada percebeu que estava sem o carregador do celular, como a viagem era para uma distância de mais de 100 km, ela resolveu deixar a filha e o esposo aguardando o ônibus e subiu ao quarto para pegar o carregador. No momento que já estava voltado para o passeio, Eliene se deparou com um sujeito nervoso na porta do elevador, foi quando tudo começou.

“O que houve comigo poderia ter acontecido com qualquer pessoa, imagino que aquele cidadão estava passando por um momento de estresse, de cólera, hoje em dia é muito comum ter esse descontrole emocional. Eu já estava lá embaixo, foi no dia do aniversário de minha filha, estava sem o carregador do celular, como era uma viagem de mais de 100km de distância eu voltei ao quarto para pegar o carregador, eu estava no mesmo andar do agressor, peguei o carregador e fiquei em frente ao elevador, percebi que ele já estava nervoso, esculhambando com o hotel, quando o elevador chegou tinha um casal de idosos, eu entrei e quando ele foi entrar com a esposa e o filho, a idosa contestou, disse que era muita gente, mas falou de forma educada”, detalhou, acrescentando:

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“Ele se retirou e começou a gritar comigo, me chamando de mal educada, pois ele alegava que tinha chegado primeiro que eu que era para me retirar do elevador, eu fiquei calada e desci. Quando o elevado abriu, ele já estava lá, desceu de escada e ficou me esperando na porta, já foi gritando comigo, falando nomes horríveis comigo, eu baixei minha máscara, sai do elevador e perguntei quem era ele para usar daquela violência contra mim e ele extremamente descontrolado, perguntei se ele sabia que aquilo era violência contra mulher e ele começou a me xingar de todos os nomes. Isso me chocou muito, era aniversário da minha filha a gente ia sair para fazer o passeio de Blumenau”.

MEDO DE SER AGREDIDA

Eliene Viturino, que já passou por muitos momentos de agressões na vida, se desesperou no momento com muito medo de ser agredida fisicamente, além do mais passou por muito constrangimento. Outro medo era de tudo passar impune, então ela pensou em toda a situação e decidiu que o melhor a fazer era prestar um Boletim de Ocorrência. Ao chegar do passeio, foi até o gerente, pediu as imagens, mas não obteve sucesso, a polícia foi chamada, ela prestou o B.O. Quando estava conversando com os policias escutou outro momento tenso, foi quando viu a recepcionista sendo agredida verbalmente por um senhor. Depois de ter passado pela mesma situação mais cedo e não ter conseguido os vídeos do hotel, ela pegou o celular e foi filmar o ocorrido, então o cara foi para cima dela.

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“Quando vi a situação e fui filmar, quando eu cheguei para filmar o cara partiu para cima perguntando porque eu estava filmando e eu disse que era porque era uma violência e já aconteceu isso pela manhã aqui e as câmeras não me favoreceram, então eu vou filmar sim, eu sabia o que ela estava sentido, o medo que ela estava passando. Ele questionou o policial sobre a situação, que replicou que era um ambiente público e eu poderia filmar, a mulher dele veio para cima de mim, foi quando ele baixou o tom, ficou conversando com os policiais e eu sai”, afirmou.

REAÇÃO

Quando retornou para Serra Talhada Eliene resolveu fazer uma série de vídeos sobre a situação, para que o depoimento dela chegue nas mulheres e possam refletir e sempre procurar os meios legais, fazendo o Boletim de Ocorrência.

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“Tantas mulheres passam pelo o que eu passei e se calam, então resolvi divulgar isso para ajudar minhas pacientes e todos que assistirem os vídeos. Desde que iniciei meus estudos eu enveredei para esse caminho de defesa, eu estudo, publico artigos, é algo que cada dia eu quero entender todo esse sistema de onde vem essa agressão, se é social, cultural e a gente precisa fazer esse trabalho”, ressaltou.

A semana foi marcada por revelações de agressões contra mulher e xenofobia em todo o país, Eliene foi mais um vítima que felizmente não se calou e expôs tudo que passou para conscientizar todas que passam pelo mesmo. A agressão não é só a física, também tem a psicológica, a material e é importante procurar profissionais e meios legais  para ajudar.

Veja os vídeos com detalhes aqui e aqui.