Publicado às 13h50 desta quinta-feira (28)

Nessa quarta-feira (27), a reportagem do Farol de Notícias foi às ruas de Serra Talhada para saber a opinião dos cidadãos serra-talhadenses sobre o aumento da tarifa de energia elétrica. Oito pessoas foram abordadas no centro da cidade todas e reclamaram do peso do serviço e cobram dos governantes uma solução mais justa. Confira as opiniões abaixo.

FALA POVO CONTA DE ENERGIA

O servidor público Mário Simões Nogueira, 54 anos, acha o aumento abusivo e culpa a falta de fiscalização do governo estadual.

“Esse aumento foi um pouco abusivo, se você for comparar a inflação, é 100% a mais, o que torna abusivo. A energia depende dos estados, no caso da Celpe, ela foi privatizada e agora é a Neoenergia, mas é de competência do estado eu não culparia tanto o governo federal, não é de competência dele e sim do estado, eu não voto com Bolsonaro, voto em Lula, mas não jogo a responsabilidade nele porque é responsabilidade do estado. Compete a energia do estado de Pernambuco, que hoje é a Neoenergia, fiscalizar , agora se o presidente baixasse o decreto lei, porque a lei federal derruba a estadual, aí se beneficiaria a população, mas até então vamos pagar esse preço caro, fora o custo da energia, do botijão, a carne, o combustível nem se fala, o custo de vida ficou mais defasado ainda, está um pouco complicado para viver com dignidade hoje, para viver com dignidade a gente precisa fazer extra, para eu manter o mesmo padrão de vida que eu tinha anteriormente, preciso fazer bico, mas eu não desço do patamar, a postura é a mesma e vamos seguir colocar outro governante”, explicou.

O vendedor Eduardo Barros Lima, 24 anos,  afirma que toda a população fica prejudicada com o aumento de energia e diz que no Brasil há uma má administração.

“Esse aumento de energia é um absurdo, não só eu como toda a população está afetada. O governo federal tem culpa sim em relação a esse aumento, tem poder para mudar a situação mas, não está conseguindo fazer nada, é má administração”, ressaltou.

 

 

O funcionário público Geraldo Neto, 27 anos, percebeu que o aumento vem afetando várias pessoa e também afirma que é preciso cobrar os direitos aos governantes.

“Lá em casa percebemos um aumento bem considerável e eu vejo também pelos vizinhos que estão reclamando bastante, porque subiu muito, por conta do ar condicionado, ventilador, nesse calor o pessoal consome mais energia. Todos têm uma parcela de culpa, muitas coisas são negligenciadas, a gente tem que ir atrás, reclamar e também mostrar que estamos aqui”, salientou.

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O gerente de loja Cristiano Nunes, 35 anos, relatou que com esse aumento o trabalhador precisa escolher qual conta pagar, ele também culpa o governo estadual de Pernambuco pelo aumento.

“O aumento de energia afetou minha família diretamente, a energia está muito cara e para o momento que a gente se encontra tá bastante alta, estamos lutando para ver se paga, pagamos um conta, devemos a outra, infelizmente é assim e ainda tem um pequeno detalhe, quando chove falta energia no bairro Bom Jesus, já é outro problema, está bem complicado. Eu acredito que é a culpa é mais do governo estadual, o governo federal tem sua parcela, mas não é tanta não, porque quem comanda aqui o estado é o governador, a questão não é o presidente, a questão é o governador”, ressaltou.

A professora Joseane Cristine, 43 anos, relatou que as coisas estão complicadas e é preciso ter cuidados extras em casa para diminuição do consumo, ela também defende outras fontes de energia e políticas públicas para melhorar a situação.

“Nos temos um orçamento estabelecido em casa, a gente já sabia que ia ter um aumento, porque a gente vê a temperatura aumentar, a gente acaba consumindo mais, quem tem filho tem que tá sempre com o ar condicionado ligado a noite, porque está muito quente, mas eu acho que exageram demais, até porque mesmo as pessoas que tem um orçamento organizado já sentem a necessidade de mudar até a rotina, a gente começa até a consumir menos, durante o dia é quase que impossível, criança dentro de casa, com a pandemia a gente fica mais em casa, então o uso é maior, mesmo assim a gente está tentando controlar o uso da energia para ver se a gente não extrapola, mas é quase impossível. No dia de hoje onde tudo aumenta, menos o salário fica difícil de se virar nos 30 para poder pagar, mas graças a Deus a gente tem uma estabilidade financeira bem resolvida e a gente consegue quitar com as nossas contas, mas eu acho que é um absurdo, mas para outras famílias que não têm as condições financeiras, não têm um salário fixo, fica muito difícil de dormir a noite, de ter uma qualidade de sono melhor, a gente fala durante o dia, mas durante o dia a gente abre uma janela, a gente sai, mas a noite é muito ruim dormir sem ter um ventinho. O federal tem a sua parcela grande de culpa, porque a gente sabe que nós moramos num país tropical, tem sol durante todo o ano, temos a possibilidade de ter outras fontes de alternativas de energia e o governo muitas vezes só deixa para se preocupar quando está faltando muita água e não investiu anteriormente em outras fontes de energia, não faz um planejamento energético viável para que quando chegue essa época, que chove pouco, muitas barragens estão secas, em vez dele se preocupar, já que sabe que vai acontecer, ele negligência e deixa a população sofrendo ainda mais, pagando um alto custo na energia. Nós não temos um estadista no nosso país, infelizmente, que se preocupe com a sociedade de maneira geral, quando a gente pensa em energia o Brasil tem possibilidades, não só da energia elétrica que vem das barragens, da água, nós temos energia solar, uma energia eólica, temos fontes de energia que poderíamos estar usando para não sobrecarregar somente a energia hidroelétrica”, detalhou.

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A secretária escolar Andreza Prestes, 26 anos, relata que o aumento de energia é um absurdo e afirma que o governo federal poderia facilitar para os cidadãos adquirirem outras fontes de energia.

“O aumento da energia é um absurdo, lá em casa nós não temos ar condicionado e nem nada que consuma muita energia e veio quase R$ 300 de luz e somos assalariado, é bem complicado, não entendemos de onde vem esse valor, a mesma coisa com água, tem dias que passo mais de 15 dias sem água e quando chega também só passa 3 dias com água e a conta veio R$ 82. O governo federal tem como melhorar a situação dessas tarifas absurdas, mais facilidades, mais acesso, como por exemplo a energia solar, seria bacana ter uma se tivesse um incentivo maior do governo que a gente pudesse aderir, são muitos impostos, é muito caro e fica difícil de aderir”, relatou.

A secretária escolar Maria Luciana, 22 anos, vê toda a sociedade prejudicada pelo aumento de energia e afirma que o governo federal está governando para ricos.

“Não só eu, como toda a sociedade em si, os trabalhadores, que a gente não pode pensar só na gente, a gente sempre tem que pensar no outro, a partir do momento que começou essa pandemia, os impostos aumentaram e acabou que muitos familiares estão sem condições de arcar com as contas, estão tendo que escolher entre pagar suas contas, ou pagar seu aluguel, ou pagar sua moradia, ou pagar sua alimentação, tudo está muito mais caro, principalmente para aqueles trabalhadores ou para aqueles que perderam seus empregos durante a pandemia. O governo federal afeta bastante os valores que nos são passados, são muitos impostos, a cada dia que passa se aumenta mais os impostos, não somente na luz, mas na gasolina, em todos esses setores, então o que ele deveria fazer era olhar mais para a população, olhar para os mais pobres, o que aparenta, não é nem uma frase clichê, é que o próprio governo Bolsonaro está governando para os ricos e está esquecendo dos mais pobres, tem que dar esse suporte, o que ele está fazendo é esquecer dos mais pobres”, salientou.

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O professor Hélio Ferraz, 36 anos, afirma que o aumento é uma falta de respeito com os cidadãos, posto que estamos enfrentando diversas dificuldades por conta da pandemia e cobra do governo estadual mais fiscalização.

“O aumento de energia já vem sendo um absurdo por ter iniciado na pandemia, as pessoas perdendo sua renda, as pessoas tiveram mais necessidades, claro que houve programas que contemplaram muitas pessoas, mas não contemplaram todo mundo, eu percebi isso com vizinhos, comigo mesmo, de ter diminuição da mensalidade da energia. É até um paradoxo, enquanto a gente passa por dificuldade severas enfrentando o coronavírus, recebemos aumento nas contas. Eu acredito que é um conjunto de coisas, não só do governo federal, mas é um conjunto de tudo, temos um poder, é democrático, então os governos em si tem autonomia também, os governos estaduais, o governo municipal pode também estar criando programas para tentar ajudar as pessoas, mas fica difícil, fica pesado para o governo municipal, o governo estadual deveria estar mais próximo da Neoenergia e o governo federal deve também, mas a autonomia que os estados têm eu acho que é suficiente para que o estado assuma essa frente pelo povo. A Neoenergia ela está agindo de forma irresponsável no meu ponto de vista, não é dessa forma que se lida com as pessoas, sem ver o âmbito social, ela foge disso e com certeza ela vai sofrer com isso também, porque nós vemos isso e não queremos companhias nessa forma, esse é o problema do monopólio”, ressaltou.