Publicado às 18h36 desta segunda-feira (29)

Na pacata Vila Tupanaci, antiga Vila de Santa Maria, distrito de Mirandiba-PE, nem tudo é alegria. A população amarga a falta de segurança pública, segurança esta que a Constituição Federal 1988 assegura a todos os brasileiros, entre outros direitos. Há muitos anos, a comunidade contava com um posto policial, no entanto, foi desativado e hoje a população sequer pode contar com rondas policias.

Diante da falta de segurança no distrito, pela segunda vez, em 10 meses, as professoras serra-talhadense Eliza Nunes Bezerra, 57 anos, e Joana Francelina N. B. de Oliveira, 58 anos, tiveram a área domiciliar, conhecida como ambiente de acolhimento e respeito, invadida mais uma vez no dia 24 de novembro, às 3h da manhã, com início de arrombamento. Na ocasião, havia apenas as duas senhoras indefesas e apavoradas e não tinham a quem recorrer, visto que a maioria das casas vizinhas estão fechadas.

SAIBA DETALHES DO CRIME

Durante entrevista a reportagem do Farol, Eliza Nunes afirmou que o homem pulou o muro da frente de casa porque é baixo. Devido ao calor, ela estava deitada no chão e ouviu quando pularam na murada. Joana Francelina também ouviu o barulho do pulo, sentaram na cama e ficaram estáticas por um tempo, sem saberem o que fazer, o que dizer. Durante o pânico, ouviam que a pessoa estava com a respiração muito ofegante e andava arrastando os pés demonstrando está de botas, pois ouviam claramente as pisadas típicas do calçado. Mas, não ficou apenas em pisadas, o homem subiu no telhado, na área da cozinha, começou destelhar e as irmãs reagiram como puderam.

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”Parece que foi Deus, uma divindade suprema, não sei, que nos deu forças. Ao invés da gente gritar pedindo socorro, a gente reagiu dizendo várias coisas que vinha a mente no momento e depois de muito gritarmos percebemos que a pessoa pulou, rodeou a casa e evadiu-se pela frente. Ficamos ligando para Serra Talhada no maior desespero, ligando para os vizinhos, o mais próximo que tinha e que já tinha se oferecido caso tivemos alguma necessidade, estava em Serra para fazer uma cirurgia. Liguei várias vezes, até que consegui para uma pessoa de Serra Talhada, a pessoa ficou ligando para até que, graças a Deus, o vigia da escola chegou com uma lanterna muito forte e andou por todo lugar que pudesse ter alguém e ficou com a gente até 5h da manhã”, detalhou Eliza Nunes.

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APELO POR SEGURANÇA

Após a amarga situação que sofreram, além de registrarem o Boletim de Ocorrência (BO), as irmãs procuraram ajuda no Poder Executivo, o gestor municipal foi ao Governo do Estado pedir um posto policial permanente para a vila Tupanaci, mas não conseguiu. Segundo Eliza Nunes, pela terceira vez que ao governo de Mirandiba foi até o governo pedir o posto policial porque além desses casos, tem muita bebedeira, drogas e é área muito isolada. Mas, não recebeu resposta positiva, disseram que, no momento, não era possível. Solicitaram rondas periódicas, no entanto, o governador afirmou que não tinha policiamento suficiente disponível, no entanto, as professoras continuam cobrando segurança.

”Nos dois casos, não nos calamos, procuramos ajuda do Estado e levaram a notícia do crime ao conhecimento das autoridades. Na ocasião fomos bem recebidas, acolhidas e atendidas pela Polícia Civil e Polícia Militar, porém estes profissionais pouco conseguem fazer por falta de recursos que deviam ser oferecidos pelo Governo do Estado. Reiteramos o pedido feito ao governador Paulo Câmara pelo Poder Executivo de Mirandiba desde o início de 2021, para que disponibilize policiamento para essa comunidade”, reivindicou Joana Francelina.

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”O que está faltando é um olhar mais sensível e comprometido com a segurança na zona rural porque infelizmente nós estamos numa situação difícil. Se o governo não tem essa disponibilidade de policiamento para colocar rondas no momento, que tivesse pelo menos guardas municipais. Quanto mais acontece casos como esses e as mulheres se calam mais esses indivíduos ganham força e fazem mais e mais”, concluiu Eliza Nunes.