A notícia de que Serra Talhada ficou fora da lista de cidades que poderiam receber uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24  horas), divulgada com exclusividade pelo FAROL, pautou a maioria dos discursos dos vereadores durante sessão ordinária realizada nesta segunda-feira (13) no auditório da Faculdade de Formação de Professores (Fafopst).

Um outro ingrediente que justifica a discriminação da Capital do Xaxado, por parte do Governo do Estado, foi revelado pelo líder do governo, Nailson Gomes (PSC). Segundo ele, a portaria do Ministério da Saúde confirma que apenas municípios acima de 50 mil habitantes estão habilitados a receberem a UPA 24 horas.

“Esta é uma das normas, mas na lista das cidades contempladas existem três cidades que não possuem mais de 50 mil habitantes mas são ligadas ao partido do governador Eduardo Campos. Segundo o Ministério da Saúde, Bonito, Cabrobó e Toritama não poderiam receber o equipamento. Isto é um caso típico de perseguição e má vontade”, disparou Nailson Gomes.

revelando ainda que a XI Gerência Regional de Saúde (Geres) foi negligente no episódio. “Fiquei sabendo que a Geres tinha que ter informado ao estado a demanda do município. Isto não ocorreu”.

COMISSSÃO

A novidade revelada pelo parlamentar governista levou o presidente José Raimundo Filho (PTB) a criar uma comissão que irá ouvir a secretária de Saúde, Socorro Brito e o médico Clóvis Carvalho, gestor da XI Geres sobre o assunto.

“Há fortes indícios que há uma perseguição com Serra Talhada. Até quando a gente vai ficar vendo isto? Já não basta a questão do Instituto Médico Legal (IML). Não podemos cruzar os braços e vamos buscar explicações dos gestores”, disse José Raimundo, que aproveitou para determinar a criação de uma comissão com quatro vereadores.

Já o vereador petista Sinézio Rodrigues não deixou o assunto passar em branco e com um discurso ácido reforçou a tese de discriminação política por parte do Governo do Estado. “Serra Talhada reúne todas as condições para receber uma UPA 24 horas. A questão é política e não podemos nos calar diante esta aberração.

Tentaram até denegrir a imagem do senador Humberto Costa por conta disso. Somos contra este tipo de agressão. Não veio uma UPA para Serra Talhada por que aqui não existe gestor subserviente”, disse Rodrigues, fazendo questão de constar em ata o repúdio a postura do governador Eduardo Campos (PSB).

O médico e vereador Leirson Magalhães, que é do partido do governador, defendeu a criação de uma comissão para cobrar respostas do próprio secretário estadual de Saúde Antônio Filgueiras. O prazo de adesão ao programa da Upa 24 horas foi estendido até a próxima sexta-feira (17).