Publicado às 04h4e desta segunda-feira (14)

Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Se há alguma surpresa nesse início de campanha eleitoral em Serra Talhada, é a escolha de Zé das Verduras por Vitor Oliveira para ser seu vice na chapa. É claro que o escolhido merece todo o respeito devido a qualquer cidadão. Eleitoralmente ele pode votar e ser votado. Até aí, nada de mais. Mas qual o grau de formação desse vice, seu nível de instrução? Imaginemos a hipótese possível de Vítor ser eleito e ficar impedido de gerir por alguma fatalidade. O que será de Serra Talhada nas mãos de um verdureiro?

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E por que um verdureiro? Ah, porque ele é uma pessoa íntegra. Ótimo, mas isso não é tudo.  Aliás, isso é básico. Além desta e outras virtudes básicas, precisaria ter um mínimo de capacidade de gestão para gerir uma cidade do porte de Serra Talhada, algo que obviamente um verdureiro nem de longe tem. Aqui não se quer depreciar a capacidade de um verdureiro. Ele a tem, mas enquanto verdureiro. Enquanto vice-prefeito para Serra Talhada, é um disparate tal qual um pescador, um sapateiro etc.

O que levou Vítor a tomar uma atitude aparentemente estapafúrdia dessa? Estúpido ele não é. É um rapaz de excelente instrução e de alto nível cognitivo. É até professor de faculdade e com mérito. Ele deve ter descoberto algo que mais ninguém viu.  Mas algo que ele tem que ver é que é preciso ter responsabilidade com Serra Talhada para escolher um substituto capacitado e não um mero puxador de voto, coisa que nem se sabe se o verdureiro de fato é.

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Excluído da cabeça de chapa do seu grupo, posição da qual ele não abria mão, restou a Vítor lançar-se por outra legenda. Isso não foi nenhuma surpresa. Surpreendente foi a atitude radical na escolha de seu vice. Qual a intenção de Vítor ao escolher um humilde verdureiro? Para os que têm alguma noção de política, fica evidente que foi um ato populista exatamente para atrair o voto das camadas mais humildes, que são a maioria do eleitorado. Se o eleitorado perceber o populismo do ato, o tiro pode sair pela culatra. Porém, se os eleitores se sensibilizarem com o discurso do vice, então a escolha terá sido um golpe de mestre. Só o tempo vai dizer.