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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

O ritmo frenético dos novos tempos nos faz passar pela vida quase que automaticamente, sem o mesmo apreço que se tinha pelas memórias do que vimos, ouvimos e aprendemos ao longo de tantos anos neste mundo. Imaginem, o quanto uma pessoa que vive há um século não viu e viveu, são incontáveis marcas que a mente não é capaz de guardar. No Dia de Finados o FAROL DE NOTÍCIAS celebra a vida contando a emocionante história de superação da centenária Maria das Dôres Gomes, a cearense que saiu de sua terra natal para fugir dos sofrimentos da vida e encontrou em Serra Talhada um pouso tranquilo.

A reportagem do FAROL foi até a casa de Dona Maria e conversou por instantes preciosos com a senhora que mesmo tomada por inevitáveis males da idade e um apego ao cachimbo, que segundo ela vem desde a infância, demonstra vitalidade e bom humor. “Eu sou do Ceará, de Brejo Santo. Acho que faz um dez anos ou mais, eu num sei mais não. Demorou ainda, eu já fui para a Bahia, mas eu num sei nem por onde vai. Morei dois anos ali perto da beira da linha em uma casa de telha. Aí me deu uma “doidiça” de vir para a rua, porque eu sou do mato, sempre morei no mato, nos ‘Purdinhos’”, relembrou a centenária.

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Dona Maria nasceu em fevereiro de 1915 e mesmo com a memória embaçada pelos anos, a vida difícil de agricultora deixou  lembranças emocionantes que não se apagaram. “Eu fui criada pelo mundo bolando, não alcancei mãe. Diz o povo que ela morreu afogada e a mãe que tinha quando arrumava um ‘macho’ dava muito em mim. Eu não conheci pai, mas o povo que me criou me botava para trabalhar na roça e quando ia levar ‘de comer’ eu já estava morrendo. Eu apanhei muito, vivia pelas casas. Quando eu estava com uns 15 anos eu desabei no mundo e aí me casei com um velho, morreu e deixou dois filhos”.

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A centenária do Bom Jesus é um exemplo de simplicidade, força e alegria. “Eu estou bem, em qualquer canto eu vivo bem. Só fico aperreada quando eu vejo chuva e não posso trabalhar, fico aperreada. Se eu tivesse na roça eu ainda botava minha roça e ainda trabalhava, que Deus me dava força. Eu fiquei viúva, mas ele era meu marido e meu pai porque me ensinou a fazer tudo, cozinhar, lavar, engomar, tudo que eu não sabia”, finalizou. Tomara nós que todos possamos envelhecer com a mesma determinação e força que a senhora de 100 anos, que deu a Capital do Xaxado o nome de lar. Um ótimo feriado a todos.

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Maria das Dôres Gomes ao lado dos filhos e da bisneta

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