Se engana quem pensa que o eleitor de Serra Talhada está alheio aos movimentos dos candidatos nestas eleições. Não só cresceram as apostas em dinheiro firmadas entre eleitores em “beiras” de esquinas e bares, mais outro tipo de consulta informal ganhou as ruas da cidade para medir a força dos candidatos: as urnas volantes. 

Com caixas de papelão lacradas, os “mesários” – que chegam de moto ou bicicleta nos espaços públicos – são solicitados a aparecer em restaurantes, praças, farmácias, lanchonetes, postos de gasolina e feiras livres da cidade. As “cédulas” eleitorais dão direito a votar em prefeito e vereador. A tradição reza que a brincadeira tem alguma semelhança com a realidade, pois, acaba sendo um “termômetro” do que vai ser o resultado das urnas oficiais no dia 7 de outubro.

“Nesta bicicleta eu bato os quatro cantos da cidade. Vou em bar, rodoviária e até no no ‘escambau’. O povo gosta da brincadeira”, disse o ajudante de pedreiro João da Silva, um desses “mesários” ambulantes. O FAROL encontrou com ele coordenando uma consulta num bar no centro da cidade. “Eu gosto é da folia”, disse o eleitor Marcos Cirino, que esperava a sua vez de votar enquanto saboreava uma cerveja gelada.

Votação fechada na mesa, votos recolhidos e a urna volante sai a procura de mais eleitores. Segundo João da Silva, nestas votações o candidato petista vem levando vantagem. “Eu digo a você que em três votações que organizei Luciano Duque saiu na frente. E na urna que colocamos na rodoviária ele (Duque) teve muito mais votos que Sebastião”, revelou o “mesário”, sem dar mais detalhes sobre o pleito. Mas há quem discorde.