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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Os personagens da rua, que surgem de um encontro na praça, em meio a um momento de descuido, de descanso embaixo da sombra de Nossa Senhora da Penha, são alguns dos mais ricos. Frutífero como a união de dois malabaristas, para o amor e para fazer arte nos semáforos. Carlos Vivero Gonzales, 23 anos, é do Chile, mas depois de quatro anos no Brasil já se familiarizou a ponto de estampar na pele a bandeira da Paraíba; e Natália Silva Mendes, 24 anos, natural de Recife. Lá fazia faculdade de música, trocou tudo para caçar cachoeiras e a liberdade das ruas.

Como um bom latino-americano, Carlos sempre se virou como podia. Antes de fazer malabares trabalhava como pedreiro e todos os outros ofícios que a sorte lhe trazia. Largou os empregos comuns para viajar pelo Chile, chegando na fronteira com a Bolívia viu a porta para o mundo mais próxima a de casa. Decidiu seguir viagem. Argentina, Paraguai e Brasil. Destas terras já conhece Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e todos os estados do Nordeste. “Depois daqui vamos para Salgueiro”, rumando nas estradas que os levarão até o Ceará.

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A artista de rua de rosto simpático de menina, há alguns meses trocou o bacharelado em música na UFPE pelos malabares. Pede pouso seguro em Serra Talhada, mas gosta mesmo é de acampar como se estivesse na trilha de uma de nossas serras. Natália começou a aprender sozinha, mas com seu companheiro se especializou em encantar objetos para dar cambalhotas doidas pelo ar. Disse que “um amigo nosso indicou a cidade, que era boa”. Quer conhecer o Sertão e trabalhar por aqui, quem sabe se o sinal não é generoso por aqui…

Se juntaram em Recife, passaram por Maceió, Bahia e tantas outras vilas que nem tão belas quanto esta o Sertão mostrou. Para estas veredas vieram de van, chegaram de manhã desta quinta (14). Como todos que beijam o Pajeú acharam quente. “Mas muito bonita a entrada com as serras”, dizem. A moça de cabelos pintados de encarnado diz que vai demorar pouco, o suficiente para fugir das metrópoles alucinadas. “Acho que vamos ficar uns dois ou três dias. Estávamos muito nas cidades grandes, queríamos dar uma volta”.

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