ESPECIAL UPE: Quando a esperança supera as dificuldades em ST; UPE une PSB e PT

Nesta segunda matéria, de uma série de três reportagens especiais sobre os avanços educacionais em Serra Talhada, destacamos a opinião de alunos e professores da Universidade de Pernambuco (UPE), que estão esbanjando otimismo diante a construção da primeira etapa do campus da instituição, tocada pela empresa Natal Engenharia LTDA, na Fazenda Saco, na zona rural do município. Um projeto que une várias tendências políticas em favor da educação. Vale a pena conferir!

Fotos e filmagem: Farol de Noticias/Alejandro García

Atualizado às 21h desta sexta, 17

A esperança fala mais alto que as dificuldades, especialmente, quando a realidade se torna aliada do desejo de ver a Universidade de Pernambuco (UPE) ganhando forma, cor e vida em Serra Talhada. Com as obras do novo campus aceleradas, alunos e professores da UPE no município preparam os espíritos para fazerem parte de uma verdadeira revolução educacional. É como pensa o professor do curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, na Capital do Xaxado, George Conrado.

Em conversa com o FAROL, o médico destacou que além do sonho concretizado da chegada do campus, o Governo do Estado está preparando grandes transformações para UPE no município. A primeira delas é com relação à oferta de cursos, diante a previsão de destinar uma gama de graduações no setor de saúde para Serra Talhada. Além de medicina, cursos como enfermagem, veterinária e farmácia poderão se integrar à nova estrutura dando ainda mais qualidade ao projeto de interiorização do ensino superior pensado pelo Governo de Pernambuco.

“A perspectiva é aumentar o número de alunos de medicina e com o tempo ir trazendo outras áreas, principalmente da área de saúde. Posteriormente, até trazer as outras áreas da parte de técnica mesmo, o pessoal da engenharia. A UPE é forte em outras áreas, então, a perspectiva é cada vez mais ampliar seus campos. O plano de fazer um campus em uma área grande é já pensando nesse crescimento e por conta da UPE fortalecer cada vez mais o Hospital Regional”, analisou George Conrado.

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Na primeira reportagem da série, publicada no FAROL nessa quinta (17), o diretor técnico da Natal Engenharia, empresa responsável pelas obras do campus da UPE, Kênio Carvalho, garantiu que a estrutura terá suporte e capacidade para atender mais de mil alunos, o que corrobora a promessa de expansão e chegada de novos cursos futuramente.

Professor George Conrado fala sobre os avanços da UPE na cidade

PROJETO QUE UNE PSB E PT

Um projeto que consegue unir duas siglas consideradas dicotômicas no atual contexto político, só tem que dar certo em qualquer ambiente do mundo. É assim com as obras e projetos da UPE na terra do cangaço, que vem conseguindo sintonizar os governos municipal, federal e estadual para o fortalecimento do ensino universitário por aqui, especialmente, com a atração de grandes investimentos como o Hospital Geral do Sertão, e firmando parcerias para que os estudantes possam conhecer, na prática, os primeiros caminhos da profissão.

“Hoje o nosso polo de Serra Talhada está se consolidando bem, os médicos da região aceitaram bem, a sociedade como um todo tem aceitado bem, inclusive é uma matéria que tem sido unanimidade para o pessoal da política. É um lugar que não tem tido oposição. PT, PSB, quando fala em universidade todo mundo converge. Nos outros assuntos eles têm brigado, mas é um fato que tem convergido na política e isso fortalece nosso campus”, avaliou George Conrado, que faz as contas com otimismo.

“Temos aí a chegada para Serra Talhada do Hospital Regional do Sertão. Pernambuco hoje tem 12 regionais e cada três regionais se criou uma macroregional, que a sede é Serra. E ainda temos também já uma previsão de vir um hospital do câncer, num projeto de interiorizar esses serviços. Serra Talhada foi pensada nesse aspecto como macroregional. Isso vai dar mais força para o nosso polo médico e estudantil”. Atualmente, a prefeitura de Serra Talhada, por meio da Secretaria de Saúde, e o Hospam mantêm um convênio com a UPE abrindo espaço para os alunos praticarem o que estão aprendendo em sala de aula.

ESTUDANTES COMEMORAM

George Conrado explana que todos estes investimentos irão beneficiar os estudantes de medicina da UPE. Para eles, a construção do campus é um grande passo. “Como a gente encontrou o curso no primeiro dia de aula, melhorou 100%. Sempre tem algo que precisa ser melhorado, mas a dificuldade que a gente realmente tem é se firmar com como uma universidade do interior e uma universidade de qualidade. Eu acho que a gente só vai conseguir se firmar depois que a primeira turma se formar”, opinou a estudante do 5º período de Medicina, Maria de Lourdes Menezes, de 21 anos.

“A gente iniciou no campus e só tínhamos duas três laboratórios com poucas peças. Hoje nós já contamos com cadáver, onde a gente já pode fazer toda a dissecação. Já podemos dizer que começamos a entrar no mundo da tradição da medicina. Já temos um laboratório de anatomia bem estruturado, já temos um laboratório de bioquímica, de microbiologia bem estruturado. Salas, a gente conta com a estrutura da Fafopst. Eu acho que a gente só vai poder ter uma estrutura como a gente sonha, com o prédio mesmo. O prédio terá as coisas como a gente desejaria e como os professores idealizaram, com toda a estrutura adequada para fazer o treinamento”, disse Viviane Gleice, 21, também do 5º período de Medicina.

“Com relação aos professores, quando a gente fala o número você pode achar que são poucos. Mas a cada vez mais a gente tem a ajuda de outros professores que se voluntariam, que deixam o pedacinho deles com a gente, como é evidente na universidade. O que a gente precisa tem um coordenador e os professores que tentam suprir. Nós temos a colaboração de outras pessoas. A gente consegue já entrar na própria classe, tem alunos que chegam ao nosso período e não têm meios práticos para ter laços com profissionais da área. Não só como professor, mas como médico em si”, destacou Ailton José de Souza, 19 anos, que cursa também o 5º período de Medicina