Por Giovanni Filho, jornalista e mestrando em Comunicação Social

A união das oposições ao prefeito Luciano Duque para enfrentá-lo em 2016 está sendo encarada como um elixir salvador na visão do pretenso candidato Waldemar Oliveira. Ele vem justificando que o atual prefeito Luciano Duque terá a cobiçada máquina administrativa nas mãos e, contra ela, a melhor estratégia é todos se abraçarem para derrubar o PT.

Mas, recorrendo aos anais da história política da cidade, grandes coalizões não são garantias de grandes vitórias.

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Lembrar 2012 pode ser um boa aula sobre este assunto. Mesmo com o peso do governador Eduardo Campos, os deputados Inocêncio Oliveira, Sebastião Oliveira e Augusto César, não foi possível derrotar a força do ex-prefeito Carlos Evandro. Com a máquina na mão ele fez o seu sucessor. Na época, muita gente esperava que Augusto não fosse enfeitiçado pelo canto da sereia do Partido da República e pudesse lançar uma promissora terceira via. O que não aconteceu.

Mas, agora, tanto Augusto como Carlos Evandro têm uma nova possibilidade de testarem realmente a valência de suas forças políticas, caso arrisquem-se em lançar candidatos próprios em 2016. O que seria ótimo para o processo democrático em Serra Talhada, quando a população teria, em tese, quatro nomes fortes para a disputa.

Acreditar na unicidade de grandes coalizões para derrotar um projeto de governo é apegar-se a uma panaceia. Neófito em termos de candidatura política, Waldemar Oliveira precisará e muito de alianças para se projetar na cidade. E nesta panaceia vem apostando…

No entanto, o município ganharia muito mais (volto a dizer), em termos de democracia, se a oposição respeitasse suas próprias divergências ideológicas e lançasse candidatos próprios, cada um.

Se a gestão Duque continuar na mesma cartilha traçada nestes últimos dois anos, capengando como vai, uma grande coalizão se fará, cada vez mais, menos necessária. Pois a história também prova que ter a máquina nas mãos não é garantia de nada, se falta competência para geri-la.