jamaicaPor Emmanuelle Silva (Do Farol de Noticias)

Atualizado às 13h31, desta quarta-feira (26).

O atleta e professor de capoeira e Jiu Jitsu, Beto Jamaica, medalhista em campeonatos estaduais e nacionais, pratica e ensina esses esportes desde a década de 1990. Agora expande seu trabalho para crianças e adolescentes das comunidades do Alto do Bom Jesus e Borborema, com o projeto social de Jiu Jitsu Gold Team. Em conversa com o FAROL, Beto relatou as dificuldades de dar continuidade ao projeto por falta de apoio da prefeitura, especificamente, da Secretaria de Esportes.

Com o espaço emprestado pelo diretor da Escola Antônio Timóteo, o projeto apresenta dificuldade para continuar.

“A gente estava com um total de quase 70 crianças, mas tivemos que tirar algumas por conta do espaço que não é nosso, que nós em contrapartida levamos crianças das comunidades. Nós levamos 20 atletas para uma competição, a maioria foi campeão, com a maior dificuldade, porque não é fácil um atleta nordestino negro, morando em Serra Talhada chegar a um evento”, revela o atleta, com pesar.

As doações de quimonos e tatames que o projeto recebe vêm principalmente de empresas esportivas da cidade. “O que a gente queria era uma ajuda do poder público e privado para a gente levar essa garotada pra fazer esporte, porque a gente não faz esse trabalho pra ninguém, a gente faz esse trabalho pra sociedade. É um trabalho bacana, falta só apoio”, acrescenta Beto.

Sem o apoio do prefeito Luciano Duque, das secretarias de Educação e Esporte e Lazer, Beto Jamaica luta para continuar e expandir sua ação comunitária, ajudando a tirar essas crianças e adolescentes das ruas.

VENCENDO O PRECONCEITO

Através do esporte, Beto Jamaica vem lutando, também, contra o preconceito de ser ex-presidiário. Em conversa com o FAROL, ele relatou que teve problemas com a Justiça há cerca de dois anos, quando acabou preso em Caruaru, sendo encaminhado depois à penitenciária de Canhotinho, no Agreste.

Jamaica agora conta com orgulho que superou os tempos difíceis com a ajuda do esporte e que conseguiu trazer para fora do presídio o projeto da escola de jiu jitsu que havia iniciado dentro da detenção, provando que o esporte é libertador e parceiro da ressocialização.

“As pessoas só veem o que a gente faz de errado, eu já paguei pelo meu erro. Hoje eu quero acertar com o projeto social, porque a melhor maneira de ressocialização é através do esporte. Eu provei isso quando estava preso em Canhotinho e estou tentando fazer o mesmo aqui em Serra Talhada”, disse Beto Jamaica.

20141112_192519BETO JAMAICA VEM ATUANDO COM POUCOS APOIOS: “O ESPORTE É UMA LIBERTAÇÃO”, GARANTE