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FOTOS: ALEJANDRO GARCIA / FAROL – COLABOROU: EMANUELLE SILVA

Ela é simpática, alegre, falante, e chegou aos 93 anos com uma memória invejável. Maria Auxiliadora Antunes, ou simplesmente Dona Dorinha, lecionou durante 20 anos onde se desdobrou entre os municípios de São José do Belmonte, Mirandiba e Serra Talhada. Após 65 anos de casada e oito filhos, além de netos e bisnetos, a professora tem um olhar clínico sobre o atual modelo de educação implantado no País e acha que tudo poderia ser diferente, se a religião, mesmo num Estado laico; se tornasse uma regra em sala de aula.

“No meu tempo professora começava aula rezando com os alunos, benzendo e ensinando os alunos a se benzerem. Hoje não existe mais isso, entram na escola como quem não existe mais essas coisas, rezava-se para entrar e rezava-se para sair. Ensinei a eles. Meu sábado era só pra dar aulas de civilidade e religião, ensinei a eles a entrar na igreja, a acompanharem um casamento, a se servirem numa mesa”, disse dona Dorinha, acrescentando:

“Acredito que hoje em dia na escola não tem mais religião porque os meninos, os alunos não cultivam a religião. Os professores não incentivam e essa cultura se perdeu na escola”, reforçou lembrando de mestres como Francisquinha Godoy, Diva Lorena e Solange da Bomba.

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RECEITA PARA FELICIDADE

Sempre com um sorriso no rosto, a professora tem na família a sua principal receita de felicidade. As Bodas de Prata com o senhor Pedro Antunes de Lima, serve como prova, segundo ela, de que amar sempre valeu a pena.“Eu tive uma vida muito feliz, fui casada e tive uma vida de muita felicidade com Pedro Antunes Lima. Tive meus filhos: Ana Luiza, Márcia Maria, Maria do Socorro, José Carlos, Severino, Célio, Manoel Joaquim e George”, reforça dona Dorinha, que chegou a escrever um livro sobre a sua família.

“Eu não sou escritora, eu escrevi apenas um livro sobre a minha vida e meus filhos, com o acróstico de cada filho. Eu aproveitei quando eu fraturei o fêmur, eu não tinha o que fazer e resolvi fazer um livrinho para deixar de lembrança. Escrevi a vida de cada um, enquanto estiveram comigo. Hoje estão todos casados, só duas mulheres e um rapazinho solteiro”, justifica.

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