Primeiro a contestar uma decisão do então governador Eduardo Campos (PSB), em 2011, o PTB vai seguir estratégia semelhante este ano para enfraquecer a base governista de Paulo Câmara (PSB), mesmo contrariando uma tese que levantou há três anos e meio. Por conveniência, os seis deputados estaduais eleitos pela legenda trabalhista praticamente fecharam apoio à reeleição do deputado Guilherme Uchoa (PDT), que tenta o quinto mandato consecutivo à frente da Casa. O líder da oposição estadual, Silvio Costa Filho, é um dos favoráveis. Todos do PTB são, bem diferente, aliás, do que ocorreu há três anos e meio.
Três anos e meio depois, o discurso dos trabalhistas mudou, o que tem sido raro numa legenda que não vive criando discursos para se explicar. Uchoa quer tentar o quinto mandato consecutivo como presidente – outro caso raro no país inteiro – e já conta com o apoio do PTB. Os deputados da legenda alegam que desta vez é diferente. Justificam que contestaram a emenda da reeleição em 2011, mas já que ela foi aprovada por 38 a 9 naquela época, não veem motivos para não votar com Uchoa em fevereiro deste ano. Em reserva, os deputados afirmam que a estratégia será definida no dia 14, em reunião com os demais partidos da oposição, como o PT.
Os argumentos do PTB vão além. Os filiados garantem que, na próxima semana, o PSB vai lançar o nome de Waldemar Borges como candidato à presidência da Assembleia. “Está tudo nas entrelinhas das declarações, e Waldemar seria muito mais subserviente ao Palácio do que Uchoa”, observou um deputado em reserva, voltando a usar a palavra “subserviência”.
(Diário de Pernambuco)