Por Gottmbergue Mangueira, professor serratalhadense
A lama pútrida da corrupção que escorre no cenário político brasileiro, nos esgotos do Planalto e Congresso, nos estados e municípios, envergonha a nação. Os jornais nos mostram todos os dias da semana, as falcatruas que os políticos fazem para desviar dinheiro dos órgãos públicos para contas particulares. A série de reportagens exibida pela Rede Globo no Fantástico “Cadê o dinheiro que tava aqui” que nos mostra como a sacanagem acontece, nos deixa indignados e convictos de que estamos longe de ser um país decente.
Se as coisas aqui nas terras tupiniquins fossem mais sérias e o povo não fosse expert em valorizar o que não presta, tivesse mais capacidade de julgar e decidir no momento do voto, certamente não existiria tanta sacanagem, tanto mau-caratismo dos nossos políticos.
O pior é que os exemplos das apologias atravessadas e alienação do povo, não estão apenas na política, mas também no tipo de música que escutam, programas de rádio e televisão que assistem, baboseiras da internet, dentre outros. Não haveria mesmo como ser diferente, pois um país em que mais de 500 mil estudantes zeram a redação do ENEM, o povo adora escutar o zunido da muriçoca que soca, soca e pica, o que esperar dele? Se não houver um projeto confiável de regeneração política e melhorias efetivas na educação, certamente, o futuro que já chegou para muitos países, nunca chegará para o nosso.
O Brasil é, indubitavelmente, um dos celeiros da imoralidade mundial e parece que se orgulha da condição, visto que nada se faz para mudar isso. Há uma terrível ausência da justiça no país, no que se refere à condenação de bandido engravatado. Políticos roubam o dinheiro público, enriquecem e não acontece nada, não existe punição (Joaquim Barbosa fez o que poucos fariam, mas ainda falta muito).
Os ratos estão aí no poder, rindo da ética, do povo, vivendo no trocismo, quebrando as instituições públicas, botando a máquina do patrimonialismo pra moer a consciência das pessoas, como se dissessem que ética é coisa de iluminista visionário, de gente besta que alimenta a utopia de uma nação moralizada.
Diletos políticos, o país que vocês vivem é um e o que nós vivemos é outro. No seu, os salários são altíssimos, a vida é mansa, o dinheiro é de ruma (tanto que a cueca tem que ser GG) a propina é boa, a gasolina pode subir, pois quem paga a de vocês somos nós mesmos!!! E a imoralidade, por aí, é uma “virtude” que garante poder.
Aqui, a coisa é feia: primeiro, sem moral, ninguém é ninguém, ao contrário do que acontece no Brasil de vocês: o político passa quatro anos surrupiando ou deixando os outros surrupiarem o dinheiro público e ainda recebe o aval do eleitor (que parece gostar de ser roubado) para continuar, por mais quatro e concluir essa tão “importante” obra para o país, que é a de roubar o povo na maior cara de pau.
No calabouço da nação tudo é escasso: não temos escola de qualidade (isso sustenta vocês), o salário é uma desgraça, a saúde está na UTI, a segurança não assegura nada, o desemprego cresce, a violência cada vez mais sem controle e o pobre correndo o risco de morrer, não mais só de fome, mas de sede e no escuro, pra variar.
1 comentário em OPINIÃO: Política e imoralidade são faces da mesma moeda no Brasil corrupto