paulo césarPor Paulo César Gomes, professor e colunista do Farol

O Dia Internacional da Mulher é uma data cheia de significados que merecem reflexões. A começar pelo histórico que marca o 8 de março, já que foi neste dia, que em 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, na cidade de Nova Iorque (EUA), fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano. No entanto, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Desta forma, a data merece ser identificada não só como um evento comemorativo, mas principalmente, por ser um momento que sintetiza todas as conquistas que as mulheres conseguiram ao longo do século, sendo que em muitos momentos algumas tiveram que dar a própria vida para que pequenas e simbólicas conquistas tornassem as mulheres valorizadas e respeitadas, não só como gênero, mas também como ser humano.

Ao mesmo tempo em que as mulheres ocupam cada vez mais espaços de decisão no cenário mundial. No meio político, em particular em Pernambuco, elas continuam seguindo apenas como coadjuvantes, um grande contraste quando se verifica que outros estados nordestinos permitem a mulher um papel de maior destaque. Isso também se verifica na política local, que apesar de ter uma mulher como vice-prefeita, que ainda é amplamente dominada pelos homens. Na verdade, essa restrição à participação da mulher em nossa região é só mais uma prova de como nossa sociedade é patriarcal, e porque não dizer, machista.

Porém, não será surpresa se até o início da próxima década viemos a ter uma mulher como governadora ou quem sabe, prefeita de Serra Talhada. Em sem tratando da postura determinada de muitas sertanejas nada é impossível, até porque o tempo em que as mulheres eram vistas como meras figuras decorativas já passou. Então, fica aqui o nosso registro de parabéns as todas as mulheres que lutam para mudar a nossa sociedade, assim como todas as outras, que mesmo no anonimato da vida cotidiana, contribuem de forma decisiva na educação e formação do futuro do Brasil.

Um forte abraço e até a próxima!