Do melhor prefeito de Serra Talhada para o pior administrador de contas públicas de todos os tempos. Esta foi a imagem que o prefeito Luciano Duque (PT) traçou sobre o ex-prefeito Carlos Evandro, que serviu como uma espécie de ‘entidade’ acima do bem e do mal, em 2012; e hoje se projeta, na visão do petista, como o depositário de uma ‘herança maldita’ que ainda faz estragos e emperra a gestão. Durante entrevista a Rádio Líder do Vale FM, Luciano Duque culpou débitos deixados por Evandro como grandes ‘calos’ do seu governo.
“Orçamento é 12 meses. É feito uma dona de casa, recebe um salário mínimo e tem que passar o mês com o salário. Se gastar mais do que ganha vai ter problema. Foi o cenário que recebi Serra Talhada. Eu tinha uma receita em 2013 e recebo com débito de um ano. Tive que fazer um sacrifício enorme e ainda repercute nas contas do município. Toda essa dinheirama que assumi lá atrás para assumir débitos com fornecedores e funcionários”, disparou Duque, afirmando que poderia ter virado as costas para fornecedores e servidores, jogando tudo na esteira dos precatórios, mas agiu com responsabilidade.
“Mas o que é comido não é lembrado. Muita gente recebeu e hoje me critica. Acho isso uma irresponsabilidade se o governo é devedor tem que pagar a conta do funcionário. Optei pelo caminho de respeitar o cidadão e o servidor. Respeitar o comerciante que forneceu a merenda. Eu preferi usar o caminho do bom senso. Pagar a quem tem o direito de receber”.
SEM SALÁRIOS
Apesar do discurso contra a gestão passada, o prefeito admitiu que não iria conseguir fechar todas as contas e alguns servidores irão fechar o ano no prejuízo.
“Vai ficar uma folha dos contratados dentro, da planilha da educação. A gente está trabalhando na perspectiva de pagar todos os débitos em fevereiro. Mas isso é ruim. Tive um ano de muitas dificuldades e estou terminando o ano com restos a pagar, mas tenho muito otimismo. Mas os estados do País inteiro estão em estado de pré-falência. Atrasando salários, não pagando décimo e nem fornecedores “, disse o prefeito, enfatizando que apesar de tudo, 2015 foi de avanços.
“Não tive um ano frustrante. Há três anos atrás não tínhamos ideia do que iríamos assumir e não fiquei me lamentando. Do que recebi da herança… procurei trabalhar. Nesse terceiro ano de governo temos um grande canteiro de obras em Serra Talhada”, reforçou.
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