O Instituto Lula informou neste sábado (20) que a defesa do ex-presidente denunciará junto ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, “os reiterados abusos e ilegalidades que têm sido cometidos” no âmbito da Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF).

Em documento publicado pelo Instituto, a defesa do ex-presidente enumera em retrospectiva, desde abril do ano passado, o que caracterizou de “cerceamento ilegal das prerrogativas dos advogados por parte do procurador Douglas Kirchner” e afirma também que o denunciará ao presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia:

A defesa de Lula alega que a Procuradoria da República do Distrito Federal “promove, a partir de ilações fantasiosas, verdadeira devassa sobre a vida pessoal e atividades profissionais do ex-presidente Lula, invadindo dados fiscais, bancários, comerciais e até viagens e hospedagem no exterior; impede o pleno acesso da defesa ao teor do procedimento, mas nada faz para impedir que dados sigilosos e partes injuriosas dos autos vazem sistemática e ilegalmente para a revista Época, das Organizações Globo; estabeleceu um rodízio de procuradores no comando do procedimento, o que prolonga sua duração, dificulta o direito de defesa e dilui as responsabilidades pelos abusos e ilegalidades cometidos”.

Sobre reportagem desta semana da revista “Época”, o Instituto Lula afirma que o único crime evidenciado é o vazamento ilegal [para a publicação] de um procedimento sigiloso, ao qual os advogados de Lula tiveram acesso negado, também de forma ilegal:

“A se acreditar na revista, que tem histórico de manipulação de documentos oficiais, a PRDF consumiu dez meses de ‘investigações’, custeadas com dinheiro público, para concluir que Lula teria, hipoteticamente, ajudado o BNDES a receber parcelas atrasadas do governo da Venezuela. Tratar tal hipótese como crime seria desmerecer não só o dever de imparcialidade do Ministério Público mas até a capacidade cognitiva de alguns de seus membros”.

A defesa afirma, ainda, que o contrato entre a LILS Palestras e a empresa Odebrecht é semelhante, inclusive nos valores, a contrato de palestra de Lula assinado e pago (com recolhimento de impostos) pela Infoglobo, que edita O Globo e demais publicações da família Marinho.

Jornal do Brasil