Os ingredientes que culminaram no processo de impeachment da presidenta brasileira, Dilma Rousseff (PT), que inicia sua última fase nesta quinta-feira, no Senado Federal, não constarão na justificativa legal do afastamento definitivo da presidenta Dilma. O crime que justifica seu afastamento, aos olhos da Constituição, foi ter assinado três decretos de suplementação orçamentária sem a autorização do Congresso e a de fazer manobras irregulares, apelidadas de pedaladas fiscais.
Mas é o “conjunto da obra”, como destacam os opositores da presidenta, que faz o Brasil embarcar neste 25 de agosto no último capítulo da intrincada crise política e econômica que levou sua jovem democracia ao segundo -e controverso- processo de impeachment em três décadas. No centro da cena, a primeira mulher eleita chefe de Estado do Brasil, Dilma Rousseff, herdeira política de Luiz Inácio Lula da Silva, e a tempestade perfeita que ajudou a criar.
Quase nove meses depois de iniciado o impeachment, a mineira de 68 anos está prestes a se tornar a segunda chefe de Estado a ser destituída do poder desde a redemocratização do país – o primeiro foi Fernando Collor em 1992, hoje um de seus julgadores.
Da manhã desta quinta até ao menos a próxima terça-feira, os 81 senadores se preparam para transformar o plenário em um tribunal político- jurídico no qual a tendência é cassar de vez o mandato da presidenta petista afastada desde 12 de maio e ratificar no poder o interino, Michel Temer. Apesar de estar em situação de vantagem, o peemedebista deve fazer do Planalto um balcão de oferecimentos de benesses para assegurar o apoio de ao menos 54 senadores ao impeachment, abrindo caminho para que governe até 2018.
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