Revoltado, o agricultor José Murilo Filho procurou o FAROL nesta sexta
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Mais uma família serra-talhadense passa por momentos de aflição com a saúde pública da cidade. Dessa vez o agricultor José Murilo de Siqueira Filho, 54 anos, morador do assentamento João Pedro Teixeira na zona rural, procurou o FAROL para reclamar do Hospam (Hospital Regional Agamenon Magalhães). Segundo ele, sua filha Josicleide da Silva Siqueira, 20 anos, moradora da Caxixola, está desde a manhã desta sexta-feira (14), com o filho morto na barriga e o hospital tenta induzir com remédios a expulsão natural do feto. O pai protesta que a equipe médica deveria ter feito uma cesariana para retirar a corpo da criança, porém a família teria sido surpreendida por uma cobrança em dinheiro para realizar o procedimento.
“Minha filha veio para o hospital segunda-feira (10) e o médico disse que estava tudo bem. Quando foi hoje minha outra filha ligou dizendo que ela tinha vindo para o Hospam e a criança estava morta. Quando eu cheguei falei que tinha que tirar a criança, já que ela morreu tem que tirar para a mãe não correr risco também. Meu genro falou que um médico tinha dito a ele que fazia o cesário, mas tinha que pagar a ele. Não falou o total do dinheiro e nem estou sabendo qual foi o médico, porque a gente procura lá e não mostram o médico para a gente”, relatou o pai da jovem, com indignação.
Josicleide da Silva é casada e esperava seu primeiro filho. O agricultor afirma que vai processar o hospital e teme pela saúde da filha. Ele disse ainda que a garota teria sido mal orientada pelos médicos, já que no dia do parto – marcado para o dia 2 de outubro – fizeram o exame de toque na jovem e depois a liberaram alegando pouca dilatação. Ela voltou para casa e dias depois o bebê parou de mexer.
“Agora (13h) ela está lá no Hospam esperando deitadinha, chorando, com o filho morto na barriga sem saber o que aconteceu. Era o primeiro filho dela, está lá em desespero danado e ainda querem que ela expulse o bebê morto num parto normal. Se ponha no meu lugar: um pai saber que a filha está com uma criança morta dentro da barriga e não querem fazer a cesárea… como é que o pai não se preocupa? Eu estou revoltado com isso”, reforçou José Murilo de Siqueira.
OUTRO LADO
A reportagem do FAROL, entrou em contato com o Hospam e ouviu o diretor João Antônio Magalhães. Ele disse que a cesárea seria realizada já estava sendo encaminhada para o setor de cirurgias nesta tarde. João Antônio negou que qualquer médico tenha cobrado dinheiro à família para realizar a operação em Josicleide da Silva.
“A informação não procede. O que ocorreu é que realmente foi constatada a morte fetal em ultrassonografia feita em consultório particular. Ao retornar ao Hospam, foram atendidos pelo médico do plantão que ao ver o diagnóstico na ultrassonografia, definiu a conduta, que no caso era a expulsão do feto. Não foi falado em momento algum que o médico cobraria para fazer o procedimento no hospital, e nem pode, pois somos um hospital que integra a rede do SUS. O que foi explicado era que para evitar mais danos a paciente, o procedimento seria induzido e que de início não seria feita a cesárea, caso não ocorresse evolução no período, a cesárea seria feita”, explicou, complementando:
“Caso a paciente quisesse fazer a cesárea, de imediato, estaria no direito dela de procurar um serviço particular. Sempre procuramos fazer um procedimento que gere o mínimo de danos possível aos pacientes aqui atendidos, os riscos de uma cesárea desnecessária vão de uma hemorragia, infecção hospitalar, trombose, reações a medicamentos etc. Se pudemos minimizar ou até evitar esse risco, assim o faremos. Aproveito para prestar minha solidariedade à toda a família da paciente e dizer que me coloco à disposição para demais esclarecimentos”.
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