Jornal do Brasil

Na manhã desta terça-feira (27), a  Polícia Federal cumpre mandados de busca na investigação sobre empresas contratadas na campanha eleitoral da chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer (então presidente e vice-presidente). A operação é parte de uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apresentada pelo PSDB, que pede a cassação da chapa.

Os mandados judiciais foram expedidos pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE e não incluem ordens de prisão. As ações acontecem em cerca de 20 endereços localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

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As buscas são realizadas em empresas subcontratadas por gráficas. De acordo com as investigações, elas não teriam prestado os serviços contratados.  Os principais alvos são a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda. e Rede Seg Gráfica Eireli. A Polícia Federal informou que não vai comentar a operação.

Herman Benjamin autorizou, se necessário, depoimentos de pessoas envolvidas com as empresas, mas proibiu conduções coercitivas. A ação do PSDB, protocolada logo após a eleição de 2014, aponta abuso de poder político e econômico na disputa. A principal acusação é de que a campanha foi abastecida com dinheiro de propina desviado da Petrobras, suspeita também negada pelas defesas de Dilma e Temer.

A análise das contas

Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidenta Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas, por unanimidade, no TSE.

O processo, no entanto, foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação por entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma. Conforme entendimento atual do TSE, a prestação contábil da chapa é julgada em conjunto.

Na semana passada, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que o processo em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer poderá ser julgado pela Corte ainda no primeiro semestre de 2017.