Por Paulo César Gomes, Professor, escritor e pesquisador da História de Serra Talhada
Várias personalidades receberam homenagens póstumas em Serra Talhada, alguns tiveram seus nomes colocados como denominações de ruas, praças e órgão públicos. Mas, alguns ilustres, tiverem a honra de serem homenageados com a colocação de bustos em espaços públicos.
O interessante é que algumas dessas peças metálicas encontram-se sem identificação ou sem a devida conservação, o que acaba tornando os monumentos meros objetos anônimos em meio à falta de informação.
Com o objetivo de colaborar com a valorização da memória da cidade, divulgamos agora a foto e os dados de alguns bustos encontrados nas ruas de Serra Talhada. As fotos são de Alejandro García.
Cornélio Aurélio Soares Lima, mais conhecido como Coronel Cornélio Soares, foi líder político da cidade durante mais de quase quatro décadas e prefeito do município entre 1946 e 1951. O busto em sua homenagem foi colocado na rua que leva o seu nome e a poucos metros da casa onde morou por vários anos.
O Padre Jesus García Riaño, nasceu na Espanha, mas dedicou a maior parte de sua vida ao exercício do sacerdócio em Serra Talhada, ele ficou a frente da paróquia de Nossa Senhora da Penha entre os anos de 1936 e 1990. O busto de Padre Jesus está posto na Praça Barão do Pajeú, curiosamente a obra de arte está de costas para a Igreja que ele ajudou erguer.
O Capitão Arlindo Rocha foi um dos mais importantes nomes das forças policiais que combateram Lampião. O militar ficou conhecido como “queixo de aço” logo após passar por cirurgia para reparar os ferimentos causados por uma bala que atingiu o seu maxilar durante a famosa batalha da Serra Grande.
A homenagem ao integrante da volante foi posta na popular Rua Quatro, no bairro Bom Jesus.
Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães, foi Professor, Deputado estadual e federal, Ministro de Estado e Governador de Pernambuco. O local escolhido para homenageá-lo foi justamente o marco zero, na praça que leva o seu nome.
Afonso Magalhães, foi comerciante, conselheiro municipal, vereador, capitão da guarda municipal, fazendeiro e fiscal de renda do município. O busto em sua homenagem foi colocado em frente no cruzamento do Colégio Municipal Cônego Tôrres, na avenida que leva o seu nome.
Miguel Nunes de Souza foi comerciante, vereador por vários mandatos e vice-prefeito de Serra Talhada. A estrutura metálica em sua homenagem foi colocada na popular Praça Lampião, mas que na verdade é oficialmente, assim como avenida, denominada de Miguel Nunes de Souza
6 comentários em O abandono dos bustos e da história de Serra Talhada
Creio eu o fato da imagem está de costa para igreja quer dizer que ele deixou um legado. Com isso sempre andando para frente sem olhar o que foi feito visando o que ainda está para ser, eu vejo dessa forma porém cada um tem seu ponto de ver as coisas outros de criticar.´´.
Virada ou desvirada o importante é que a pessoa foi homenageada. Já na Praça Lampião os políticos acabaram enganando Lampião, esqueceram o plebiscito e ao invés de colocarem a "Estátua de Lampião" que foi ganha em votação, colocaram o busto de Miguel Nunes de Souza, que não tem na a ver com a praça, tapeando Lampião.
Valiosa matéria!
- Temos fraca representação no poder Legislativo, constituído por 17 membros que, segundo um deles só pensam nas Onçinhas, que se nem se quer sabem interpretar um projeto, como terão visão para o lado cultural. O poder executivo via sua secretaria também nada faz em relação ao comentado. Para solução, só com um grupo independente para cobrar de forma radical que o encontra-se em deterioração e abandono conforme exposto nesta matéria.
"Outras Eleições Virão"
Para esse artigo do meu amigo Paulo César, posso atribuir duas coisas pertinentes: a primeira é a chamada "satisfação grosseira", na qual, pelos monumentos de uma cidade, tenta -se levar figuras de grupos minoritários a uma "imortalidade". Monumentos de pedra tomam o lugar dos monumentos de ideias. E a segunda, remete a a importância de afirmar que a História pertence as pessoas que sofreram, que trabalharam e que morreram sem nenhuma possibilidade de ter seus nomes e seus sofrimentos descritos na historiografia.
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