O exército americano confirmou que a ordem para a retirada das tropas da Síria já foi assinada, depois que o presidente Donald Trump e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, concordaram em evitar o vácuo de poder após a polêmica medida.
O anúncio de que os 2.000 soldados americanos devem abandonar o país devastado por uma guerra civil, onde foram mobilizadas para prestar auxílio na guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), surpreendeu aliados Washington e até mesmo políticos americanos.
“O decreto para a Síria já foi assinado”, disse um porta-voz militar à AFP ao ser questionado sobre a ordem, sem revelar detalhes.
A Turquia elogiou a decisão de Trump sobre a Síria, país onde agora terá liberdade para atacar os combatentes curdos aliados dos Estados Unidos que desempenham um papel chave na guerra contra o EI, mas que Ancara considera terroristas.
Trump e Erdogan conversaram por telefone no domingo e se comprometeram a “assegurar a coordenação militar, diplomática e em outras áreas para evitar um eventual vácuo de poder (…) após a retirada e a fase de transição na Síria”, informou o governo turco em um comunicado.
O presidente dos Estados Unidos afirmou no fim da noite desse domingo (23) que o colega turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou que eliminará qualquer combatente do EI que restar na Síria após a retirada das tropas americanas.
“O presidente da Turquia @RT_Erdogan me garantiu em termos muito firmes que vai erradicar o que resta do EI na Síria”, escreveu Trump no Twitter, antes de completar: “Nossos soldados voltam para casa”.
Algumas horas antes, Trump tuitou que ele e Erdogan conversaram sobre o EI, a participação dos dois países na Síria e a “retirada lenta e extremamente coordenada das tropas americanas da região”.
Fontes da Casa Branca citadas pelo jornal The Washington Post afirmaram que os conselheiros do presidente o convenceram a uma retirada mais lenta do que gostaria para não colocar em risco a segurança.
A retirada pode ter implicações geopolíticas extraordinárias e vai contra a tradicional política americana na região.
No domingo, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que lamenta profundamente a decisão de Trump e que “um aliado deve ser confiável”.