O que fazer para escapar da polarização em ST?Publicado às 05h09 desta quarta-feira (7)

Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Quando este colunista disputou em 1998 o concurso para admissão na Polícia Rodoviária Federal (PRF), na qual trabalhou por 4 anos, disputou em um quadro de 8.000 concorrentes para 10 vagas, ou seja, 800 candidatos por vaga. A prova não foi a mais difícil já feita pelo colunista, mas o concurso foi o mais concorrido de sua vida. Para passar na Polícia Federal (PF), disputou apenas com 145 por vaga.  Para passar no Banco do Brasil, disputou com menos de 100.

Continua depois da publicidade

E por que se escreve isso aqui? Autolouvação do colunista? Não. É para estimular a participação e a garra de mais candidatos políticos e alertar para a comodidade pretendida pelos principais concorrentes em antecipadamente transformar a disputa para prefeito de Serra Talhada em uma simples polarização entre os grupos A e B. É muito cômodo para estes grupos que só existam os dois e só interessa a eles, não à comunidade. Aliás, para eles, o ideal seria que compusessem chapa única com o titular de um grupo e o vice do outro. Mas… e para o serratalhadense? Não haveria disputa, Serra Talhada seria obrigada a aceitar a “abnegada” decisão dos “iluminados”. Daí a importância da terceira via e até de uma quarta.

O debate político precisa ser ampliado e aprofundado. Faz-se necessário que outros candidatos disputem e quebrem essa polarização. Porém, mais que isso, faz-se necessário que estes candidatos abdiquem do debate raso e meramente politiqueiro e estudem a fundo os problemas de Serra Talhada, tenham total domínio sobre eles, suas causas, seus números, minúcias e apresentem propostas de soluções viáveis, factíveis e não engodos, ilusões eleitoreiras tão propaladas de forma cínica em discursos demagógicos.

É fácil fazer isso? Infelizmente, não. É muitíssimo mais difícil do que passar num concurso com 800 candidatos por vaga. Mas é possível, há metodologia para isso.  A sugestão é que essas vias alternativas montem equipes (não se vence eleição sem um bom grupo) e aproveitem as aptidões de cada um de seus componentes em suas respectivas áreas de domínio. Estamos em agosto de 2019, a 14 meses das eleições 2020.  Apesar de um certo atraso, ainda dá tempo, se houver agilidade. As vias alternativas precisam ocupar corações e mentes do eleitorado com ideias de repercussão concreta na vida das pessoas e assim diminuir os espaços já avantajados dos grupos A e B, sob pena de chegar à eleição com candidaturas fracas e  mais uma vez consolidar a indesejada polarização.

Claro que vencer uma eleição é muito difícil, mas não é impossível, afinal, alguém sempre vence, pois alguém tem que ser eleito.  E por que não alguém da terceira ou quarta via? A eleição do atual presidente da república comprovou que dinheiro não é tudo numa campanha.  É só descobrir a mágica da estratégia eficaz.  Sempre há uma, ainda que  arduamente trabalhosa.