Possível candidato à Presidência da República nas eleições de 2022 – apesar de negar publicamente -, o apresentador Luciano Huck fez um discurso cheio de gestos políticos, em sua palestra na abertura do REC’n Play, no auditório do Museu Cais do Sertão, no Recife, nesta quarta (02). Destacando a relação com o Recife e o Estado, Huck deixou o empreendedorismo tecnológico um pouco de lado e, por cerca de 40 minutos, antes de começar a falar de um dos quadros do seu programa, fez críticas à política brasileira. Para ele, “se não tiver roteiro, não tem filme bom. E o Brasil, hoje, precisa de um roteiro, independente de quem está no poder”.
Durante a sua fala, citou várias vezes o ex-ministro e hoje consultor de Relações Institucionais do Porto Digital, Raul Jungmann, principal responsável pela sua vinda ao evento. Também citou a deputada federal Tábata Amaral (PDT) e a “escola de liderança” RenovaBR, apoiada por ele. “Eu decidi tentar contribuir de alguma forma. E o jeito que eu encontrei para contribuir é convocar a minha geração e as próximas – para deixar claro que se a gente não colocar a mão na massa as coisas não vão se resolver por geração espontânea, ninguém vai fazer por nós”, disse. Entre as críticas, Luciano ressaltou que a desigualdade é o assunto que mais o incomoda. Em determinado momento da palesta, Huck citou um País “tomado pela corrupção, com boa parte da sua população morando em favela, com baixos índices de desenvolvimento humano, sem compromisso com a sustentabilidade, refém da violência urbana e subdesenvolvido” e perguntou à plateia “quem pensou no Brasil”. Na sequência afirmou que estava descrevendo a Coreia do Sul na década de 80.
“Lá tiveram ditaduras, governos de direita, governos de esquerda, mas uma coisa não mudou: a educação é prioridade número um do estado, independente de quem esteja no poder. E essa foi a ferramenta de transformação da Coreia do Sul e, para mim, é a mais poderosa ferramenta de redução de desigualdade”, complementou.
“Só quem tem poder para resolver esse problema é o estado. O estado é gerido pela política. A política é feita pelos políticos. A gente tem que qualificar a política”, pontuou. “E foi nesse caminho que eu tentei entrar nos últimos dois anos. A minha vida sofreu um tsunami dessa coisa política nos últimos dois anos e meio e eu juro para vocês que eu não levantei a mão. Eu tinha dois caminhos: seguir sendo um peixinho dourado no aquário do Projac – ali protegido e bem alimentado – ou não. Podia tentar contribuir e estou aqui”, acrescentou. No entanto, o apresentador também fez elogios durante a sua passagem pela capital pernambucana. Ele chamou o pólo tecnológico pernambucano de “Vale do Silício Nordestino” e enalteceu o modelo de ensino integral, implantado pelo Governo do Estado nas escolas.
Sem falar com a imprensa, o único momento em que o apresentador respondeu sobre a Presidência foi após um comentário de uma senhora da plateia de que ele seria presidente. O comunicador apenas sorriu e brincou: “Nossa Senhora! Vou dar o telefone da Angélica para a senhora”. No evento, o global foi ovacionado e chamado de presidente por simpatizantes.
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