*Goottembergue Mangueira é professor
Os descalabros que vêm acontecendo no Brasil, principalmente no que se refere à ética e a moral, fazem-nos crer que De Gaulle estava certíssimo quando disse: “Le Brésil n’est pas um pays sérieux” (
Certeza de impunidade! Além de outras sacanagens de boa parte dos nossos políticos, que logo nos levam a concordar com o General francês. Num país sério, essa gente passaria o resto da vida na cadeia e se fosse na China era pena de morte, mas como aqui é Brasil, paraíso de corruptos, abrigo de estelionatário, casa de mãe Joana, terreiro de Zé Dirceu, eles passam mesmo é a mão num montão de dinheiro para fazerem seus investimentos, curtirem a vida, garantirem um futuro tranquilo, tirar onda da nossa cara, ruir as instituições e rir da justiça que tarda e falha.
A visão que ele (Gaulle) teve, na verdade, quem deveria ter seríamos nós que somos literalmente roubados por essa gente que deveria ter a missão de nos representar no poder público. E mais, como podemos acreditar num país que investe pouco em educação, não garante aos seus educadores, produção de condições de ensino, mentem dizendo que valoriza o professor, tem as maiores cargas tributárias do mundo, um índice de letramento muito baixo, um resultado de IDEB que não condiz com a realidade, pois nossos alunos mal conseguem produzir e compreender texto e, ainda, não coloca na cadeia a mais de 40 anos, políticos corruptos de influência. E com esse código penal arcaico, quem dos grandes vai preso? E os vereadores que aumentam seus salários em 62%, (RECIFE) com a desculpa que precisam melhorar a qualidade de vida? E quem ganha um salário mínimo? É sério um país em que elege um Tiririca da vida que mal sabe fazer o nome para ganhar mais de 100 mil por mês e um professor com graduação receber 1.451 reais.
A democracia, que tanto se fala no meio político, não tem funcionado como deveria e o povo assiste a um governo de atitudes lentas, negligentes com os problemas existentes em setores importantes da nossa sociedade como, por exemplo, as greves nos órgãos federais que se arrastam a dias e ninguém apresenta uma proposta satisfatória. Dilma no auge da sua fabulosa popularidade, não tem se mostrado muito interessada em resolver esses problemas. O que não entendo é porque ainda se dá tanta popularidade a um presidente que despreza instituições como: a ANVISA, as UNIVERSIDADES FEDERAIS, a PRF, a PF e outras. Será que é só o assistencialismo que garante poder a essa gente? Bolsa Escola, Bolsa Família…
“e com esse código penal arcaico, quem dos grandes vai preso? E os vereadores que aumentam seus salários em 62%, (RECIFE) com a desculpa que precisam melhorar a qualidade de vida? E quem ganha um salário mínimo? É sério um país em que elege um Tiririca da vida”
Precisamos de mais educação para que possamos tirar o país desse atraso infernal. Assistencialismo ajuda, mas não é tudo. Muitas vezes até vicia o cidadão. Em alguns casos os pais colocam os filhos na escola só para receber o “benefício-esmola”, não dando a mínima para o aprendizado da criança. É preciso instituir mecanismos de criação de emprego e renda para garantir o sustento da família de forma definitiva. Isso é um forte indicador que está faltando criticidade a nossa população. O apolitismo é uma ameaça à democracia, e a um processo de crescimento social abrangente, portanto, caro leitor, observe mais o que eles (políticos) estão fazendo, cobrem ações efetivas que visem atingir a todos e não a uma minoria. Além de tudo, cobrem ética, pois a ausência dela é o grande mal que corrói esse país. Que arrasa com a nossa imagem no cenário mundial.
Fiquemos atentos aos movimentos dos ladrões engravatados para que não caiamos no engodo dessa corja que vem surrupiando a nação, os estados e os municípios e lembremos a todo instante do pensamento iluminista que nos alerta para construção de uma liberdade pautada no conhecimento e na capacidade de transformar o mundo, convertendo heteronomia em autonomia. Muita gente da minha geração já não acredita muito que o que esta aí, um dia vá mudar. Adquiriu-se uma cultura de corrupção que vem passando de geração para geração, confirmando aquilo que Rui Barbosa disse: “De tanto ver triunfar as nulidades e agigantar- se os homens de mal, teremos vergonha de dizer que somos honestos”. Parece que ser desonesto na política não significa ausência de caráter. Muitos admiram, reverenciam e respeitam esse tipo de gente e ainda continua votando nesses malas. É lamentável, mas é verdade. Segundo o professor universitário Paulo Queiroz, o Brasil vai continuar sendo corrupto porque que foi estruturado para sê-lo.
21 comentários em OPINIÃO: De Gaulle estava certo; por Goottemberg Mangueira