Com o tema “Mexeu com um(a), mexeu com todos(as)”, a 13ª Caminhada dos Terreiros abriu, nesta sexta-feira (1º), no Bairro do Recife, o Mês da Consciência Negra. Organizado pela Rede de Articulação dos Terreiros de Pernambuco, o evento convocou a mobilização contra o racismo e a intolerância religiosa.
A programação teve início às 14h no Marco Zero, com falas de lideranças religiosas e homenagens, seguidas do Xirê, celebração com cânticos e danças para todos os orixás. Depois começou a caminhada pelas ruas centrais do Recife até o Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio.
Sacerdote de religião de matriz africana e participante de todas as edições da caminhada, Emanuel Nascimento Silva descreveu o momento como único. “A caminhada é um direito nosso, é um momento único, de estarmos nas ruas, reivindicar nossos direitos como povos de terreiro, como negros, como militantes LGBTS e dizer que todas as religiões merecem respeito”.
O evento reuniu matrizes culturais e sociais brasileiras, como o candomblé, a jurema e a umbanda. Pai Tarcísio de Ogíyán, um dos membros do Conselho Religioso da Caminhada de Terreiro, responsável pela organização litúrgica e estrutural da caminhada, defendeu a importância do evento. “Levamos para a rua a necessidade de mostrar para a sociedade que tolerar é muito pouco. Queremos, na verdade, ser reconhecidos pelo Estado como alguém que foi fundamental para a formatação não só da cultura, como da musicalidade, da dança e também da liturgia. Para que entendam nossa importância no processo de construção da cultura”, afirmou.