Do Diario de PE

O peronista de centro-esquerda Alberto Fernández assume nesta terça-feira (10/12) a presidência da Argentina, um país em plena crise econômica, mas até agora a salvo da onda de protestos que atinge seus vizinhos na América Latina.

Advogado de 60 anos, ex-chefe de gabinete de Néstor e de Cristina Kirchner entre 2003 e 2008, Fernández substitui o liberal Mauricio Macri, o primeiro governante não peronista que termina seu mandato desde que surgiu em 1945 esse movimento que se tornou uma marca de identidade da política argentina.

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Fernández receberá a faixa presidencial de Macri. Um cena muito diferente daquela de quatro anos atrás, quando Cristina Kirchner deixou a presidência um dia antes do previsto e Macri foi empossado por Federico Pinedo, o então presidente provisório do Senado.

“Que Macri seja o primeiro presidente não peronista que termina um mandato e que há uma transição correta após a má experiência de 2015 é um êxito político e institucional importante”, opina o analista político Rosendo Fraga.

Festa na praça

Comparecerão à posse de Fernández o presidente cubano Miguel Díaz Canel, assim como os presidentes do Chile, Sebastián Piñera; do Paraguai, Mario Abdo Benítez. Representando o Uruguai o recém-eleito Luis Lacalle e o atual presidente já em fim de mandato Tabaré Vázquez.

O Brasil, principal parceiro comercial da Argentina, será representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, em uma trégua da tensa relação de Fernández com o presidente Jair Bolsonaro.

Não se sabe se o ex-presidente Evo Morales – a quem Alberto Fernández ofereceu asilo depois do que classificou como um golpe de Estado na Bolívia – comparecerá.

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Os atos serão acompanhados por uma festa musical de cumbia e rock na praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, sede do governo, e de onde foram retiradas 24 horas antes as grades que limitavam a passagem para o prédio.

Fernández e Macri foram no último domingo (8) a uma missa em Luján, nas proximidades de Buenos Aires, onde deixaram uma foto em companhia de suas esposas e de vários de seus colaboradores.

Para os primeiros dias de seu governo, o novo presidente propõe a melhoria da renda dos mais vulneráveis, através de mais recursos em ajuda social, e aumentos de salários e aposentadorias para as faixas mais baixas.

Um passo importante também será a renegociação da dívida, que ultrapassa um total de 315 bilhões de dólares, dos quais 44 bilhões correspondem ao crédito do FMI.