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Pré-candidato se qualifica para debate do Partido DemocrataO ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg se qualificou, nesta terça-feira (18), para um debate entre os pré-candidatos a presidente pelo Partido Democrata, nos Estados Unidos.

Na quarta-feira (19), ele vai estar em um palco com seus concorrentes que lutam pela nomeação pela primeira vez. Já houve oito debates para decidir quem vai enfrentar Donald Trump nas eleições deste ano.

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Bloomberg teve o apoio de 19% dos entrevistados em uma pesquisa encomendada pela NPR, PBS NewsHour e Marist publicada nesta terça-feira (18). Com esse resultado, ele se encaixa nos critérios para participar dos debates.

Bloomberg, 78, entrou tarde na corrida. A intenção de votos nele aumentou porque ele tem colocado dinheiro de sua fortuna pessoal, estimada em US$ 60 bilhões (cerca de R$ 260 bilhões), na campanha.

A votação nas prévias nos EUA não acontecem em um único dia: há eleições nos estados durante quase dois meses. O ex-prefeito de Nova York decidiu não concorrer nas quatro primeiras. Ele concentra seus esforços na “Super Terça-Feira”, um único dia em que 14 estados promovem votações.

Assédio nas empresas de Bloomberg
Ao participar do debate, ele provavelmente vai ser confrontado pelos rivais sobre uma política da polícia de Nova York quando ele era prefeito –ele ordenou que se fizessem mais revistas a pedestres em bairros de minorias.

Ele também pode enfrentar questões ligadas ao tratamento que mulheres receberam em suas empresas.

Em 2008, Bloomberg afirmou que a proibição de uma prática de política chamada redlining –basicamente, não providenciar alguns serviços, como financiamento, a moradores de alguns bairros– foi a responsável por uma crise do mercado.

A campanha não quis fazer comentários sobre essas afirmações.

Bloomberg já verbalizou seu arrependimento por ter feito piadas inapropriadas. “Eu com certeza já contei piadas obscenas. E eu me arrependo, é constrangedor. Mas foi a forma como fui criado”, ele disse a um programa de TV.

O jornal “The Washington Post” publicou um livreto dos anos 1990, distribuído em uma festa, feito por colegas de Bloomberg com alguns de seus comentários, e lá há frases machistas.

Além disso, foram relatados diversos processos por discriminação contra uma das empresas de Bloomberg nas últimas três décadas.

Um dos casos é a alegação de uma vendedora. Em 1995, ela teria dito a Bloomberg que ela estava grávida, e ele teria respondido: “Mata isso”. Ele nega, mas mesmo assim, fez um acordo.

O “The Washington Post” publicou comentários de um homem disse ter presenciado a fala de Bloomberg.

Ele disse à rede ABC que a empresa dele teve poucos casos de assédio sexual, se levado em conta o seu tamanho. A maioria dos funcionários considera que se trata de um ótimo local para trabalhar.

Ele afirmou que a empresa não vai tornar públicos os casos de acordo extrajudicial.

No domingo (16), a porta-voz da campanha, Julie Wood, afirmou, por email, que quase todos os fatos revelados pelo “The Washington Post” já haviam sido relatados no passado.