Do Diario de Pernambuco
A tumba coletiva avaliada pelos cientistas, localizada em Hazleton North, na região montanhosa de Cotswolds-Severn, apresenta áreas compartimentadas, construídas em forma de L. Os pesquisadores analisaram o DNA extraído dos ossos e dentes de 35 indivíduos sepultados dentro de duas dessas áreas e constataram que 27 deles eram parentes biológicos próximos.
A maioria do grupo descendia de quatro mulheres que tiveram filhos com o mesmo homem. Segundo os cientistas, os homens, geralmente, eram enterrados mais próximos aos seus pais e aos seus irmãos. Não foram encontradas evidências de que outros oito indivíduos analisados fossem parentes biológicos do resto do grupo, o que pode sugerir que o parentesco direto não era o único critério de inclusão no antigo cemitério, cogita a equipe.
“Era difícil imaginar, há apenas alguns anos, que algum dia saberíamos tanto sobre essas estruturas e tradições neolíticas. Mas isso é apenas o começo e, sem dúvidas, existe muito mais a ser descoberto em outros locais da Grã-Bretanha e em outras regiões”, ressalta, em comunicado, Ron Pinhasi, pesquisador da Universidade de Viena, na Áustria, e um dos autores do estudo.
Para David Reich, pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, os dados obtidos abrem as portas para a realização de mais análises genéticas semelhantes, capazes de ajudar a revelar outros detalhes relacionados aos rituais funerários de povos ancestrais. “Esse estudo reflete o que eu acho que é o futuro do estudo do DNA antigo: com os arqueólogos conseguindo avaliar, com qualidade, as estruturas genéticas arcaicas e podendo responder a questões que são realmente importantes para eles”, justifica.