Fotos: Farol de Notícias/Celso Garcia
Publicado às 05h48 desta terça-feira (8)
O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é uma data marcada por raízes históricas profundas sobre a trajetória de luta das mulheres em prol da igualdade, desse modo, o Dia da Mulher é sinônimo de luta e força, por isso o Farol traz para os leitores a história da serra-talhadense Maria Luciene da Silva, 55 anos, gari há mais de 16 anos, integrante de uma equipe de garis femininas compostas por 21 guerreiras.
Luciene é moradora do bairro Vila Bela, em Serra Talhada, se dedica com zelo e amor a limpeza do bairro São Cristóvão e Estação do Forró. Ela é digna de ter seu trabalho reconhecido e principalmente a sua resiliência enquanto mulher e mãe solo. O dia a dia de Luciene não é nada fácil, com o trabalho e as atividades domésticas, mas ela encara com leveza.
Diariamente vem para o trabalho a pé do bairro Vila Bela e às 7h já inicia a limpeza das ruas. Quando está muito cansada volta de ônibus, no entanto, nem sempre tem dinheiro e quase sempre precisa voltar a pé também. Segundo ela, com o salário mínimo que recebe, quando paga água, luz, botijao de gás e faz compras, não sobra para o ônibus. Apesar das dificuldades, Luciene Silva ama a profissão, mas, assim como muitos, sonha em oportunidades melhores.
”Começo a trabalhar às 7h e dependendo do lixo, eu termino mais cedo, quando está mais é mais tarde. Eu acostumei e gosto do que eu faço, eu amo meu trabalho. Por onde eu passo, graças a Deus sou bem tratada, faço amizades com as pessoas, trabalho com amor. Mas se tivesse outras oportunidades eu aceitava, não escolho trabalho não. Todo mundo na vida sonha em arrumar uma coisa melhor”, revelou a trabalhadora, continuando:
”Na minha casa, a despesa todinha é por minha conta. Mora eu e meu filho, mas agora ele está desempregado. Eu sempre lutei pelos meus direitos, nunca baixei a cabeça não. Quando as coisas estão difíceis eu luto e consigo. Meu maior desafio foi criar meu filho sozinha. Nunca fui feliz com um companheiro, não deu certo, tomei conta dele sozinha desde quando ele tinha 2 anos e nunca fui atrás de pensão, hoje ele já tem 24 anos.”
MENSAGEM ÀS MULHERES
A força de Luciene e o modo como encara a vida e os obstáculos é algo que ela deseja passar para outras mulheres. Uma guerreira que se reconhece como tal, sabe que a mulher tem garra e competência suficiente para ser o que ela quiser, para ocupar os diversos espaços e papeis sociais possíveis na sociedade.
”Eu quero que as mulheres saibam que desejo que sejam guerreiras, batalhadoras, mulheres de fé, quem vão à luta todos os dias atrás dos seus objetivos, dos seus direitos e que não baixem a cabeça diante de nenhum momento difícil. Que lutem porque nós somos livres para fazermos o que nós quisermos. Que sejam mulheres guerreiras iguais a mim, porque eu sou uma mulher guerreira, me sinto guerreira. Enquanto mulher, me sinto feliz e desejo que Deus me der forças para continuar sendo essa guerreira que sou”, recomendou Luciene.
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