
Publicado às 09h17 desta terça-feira (8)
Por Maria Edwirgem, professora serra-talhadense
Quem tomou para si a liberdade, para dizer o que a mulher tem que ser ou onde deve está? Quanta audácia e contradição, querer enebriar-se do perfume e beleza da flor, sem regá-la e nem permiti-la usufruir do calor e brilho do sol nascente?
Um tanto bruxa, um pouco fada, sem fazer apologia a fragilidade anunciada, investe na alquimia requintada, transforma sonhos, em lutas e vitórias conquistadas. Sem desdenhar do título de recatada, aceita como adjetivo, da condição multifacetada e rir, seu riso preso ou solta grandes gargalhadas. Às vezes desencantada, sente-se desamparada, mas não conformada, altiva e determinada, dribla a escuridão e ressurge como uma estrela, totalmente iluminada…
Quem lançou mão, de tamanha ousadia e pretensão, para opinar sobre como a mulher pode dispor da própria vida? Como vislumbrar de que forma é sentida, querida ou vivida?
Retraída ou atrevida, primorosa nos detalhes ou distraída, sempre achando uma saída, tem o afago do abraço da chegada e o desgosto do aceno da despedida. Os sentimentos são expostos, sem medidas, as ilusões, vez por outra destruídas, tão doídas, nem sempre reconstruídas. E as lágrimas caídas, são tão essenciais quanto as memórias preferidas, tantas vezes revividas, mas também idas…
Assim, seja essa ou aquela, feito aquarela, sobressai-se dos rótulos impostos, feito a chama da vela, reacende, desliza na passarela, intensa e bela. No olhar a certeza que não viveu amores ou aventuras, só na tela e não debruçou- se, para ver a vida passar, embaixo, da sua janela!
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