Márcia é questionada sobre ser esposa e mãePublicado às 19h27 desta sexta (11)

A prefeita Márcia Conrado confessou em entrevista de rádio esta semana que tem enfrentado comportamentos preconceituosos pelo fato dela ser mulher na política. “São preconceitos arcaicos, mas que estão em nosso dia a dia e que a gente tem mostrado bravura para enfrentar”, afirmou. A gestora contou que, dentre essas posturas, chama a atenção o fato de tentarem questionar sua capacidade como mãe e esposa, por ser prefeita.

“Eu escuto muito: ah, você é uma boa prefeita, mas será que é uma boa mãe? Ah, é boa prefeita e boa mãe, como será que é com o marido? Como se uma coisa anulasse outra. Por que o homem nunca é julgado neste sentido? Ah, ela é uma boa mãe, boa esposa, boa prefeita, mas a casa dela deve ser uma bagunça… E não é! A gente tem competência para isso, e por que estão me cobrando isso? Quando tantos e tantos outros homens nunca tinham sido tocados sobre esse assunto?”, desabafou.

Márcia também comentou que sente o preconceito na pele no meio político, especialmente, quando enfatiza-se não somente o gênero dela como algo inusitado em meio à maioria de homens, mas também a sua idade. “A gente tem competência sim, para estar aonde estamos, porque lugar de mulher é aonde ela quer. A gente precisa ocupar esses espaços de poder para que a gente possa tocar em assuntos que sequer os homens lembram”. A gestora citou, como exemplo, o programa de apoio à pobreza menstrual. “Serra foi um dos primeiros municípios a distribuir absorventes nas escolas municipais”, disse Márcia, concluindo: “Precisou de mulher no poder para se tocar nesse assunto”.